quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
História em forma de poesia
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Grande Ilha
Dos ventos
Dos pássaros
Das chuvas
E dos beijos esfuziantes
Nas trilhas caminhamos pelas matas, pelas grades das fugas impossíveis e dos mares verdes e azuis.
Dos pescadores, ondas, e mar bravio. Espirrando água para todos os lados. Arrepiando as peles transformando o belo em sublime.
Vertiginosamente lembrei
Do helicóptero a transpor a Lagoa
Lembranças do paraíso no êxtase.
Seis dias de aconchego e fricções.
Cabiam mais dois nos sonhos.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Similaridades
Trecho de Carta para Carolina - Machado de Assis (2 março de 1868)
sábado, 10 de novembro de 2007
Encontro
Das almas amorosas, empertigadas de amor
Criaturas de encontros na escuridão
Entregues, completas, sem temor
Dos toques e olhares ternos
Um mundo crível, o externo
Aqui tudo maravilhoso
Envolto em prazer, gozo!
No dormir um encantamento
Jamais sentido e percebido
Totalmente saídos do corpo
Sonhados momentos de vida
Criados na mente, realizados
Em tempos remotos, não! Já!
Venha cá
Venha me amar
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Pureza
Fico absorto. Querendo o teu ser. Sentir tuas emoções. Transmitir amor.
Nas pernas deslizo minhas mãos. Subindo. Nas costas a cintura e o arrepiar do teu corpo. Mexendo contigo, um requebrar e um sorriso se mostram. Aquecem.
Pelas coxas vai caminhando meu olhar, percorre. Vai profundo o desejo. O tesão. Em ti vou me encostar. Sentes minha pele febril, se acomoda, encaixa.
Nas curvas que presencio a tua nudez, percebo a beleza da mulher que um dia vi menina. Nas rendas o charme da garota que seduz e chama para o amor. Mulher. Vontades. Menina. Carinho. Proteção. Mulher. Bem-querer!
Pureza.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Caminhos
Os caminhos que percorri
Percebo no meio de tudo
O último que eu escolhi
Já não tenho na lembrança
Quantas vezes me fez sorrir
Nos seus olhos há esperança
De um novo caminho seguir
Livre voa o meu sentir
Preso ao seu corpo viril
Não consigo mais mentir
Meu corpo delator é febril
Quantas vezes na demanda
Você, eu lhe fiz feliz?
No coração ninguém manda
Nós estamos por um triz!
O fim para nós não importa
O querer se faz presente
E junta estarei até morta
Amando-lhe eternamente
Ela
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Fábulas?
Semeando o livro, os contos vão se sucedendo, fatos, lugares marcantes. Está tudo na memória. Mais sentimentos se acumulam, o que há é incontrolável.
Os olhos brilham, as mentes se abrem, o pensamento voa e lá estão as lembranças. Boas recordações guardadas e reavivadas a cada instante. Fortes como sempre. Parecem se mexer, retransmitem, novamente.
Há o que há. Inconteste. Dentro do peito a menina segura firmemente o músculo a pulsar.
Quer e sabe que quer, mas resiste. A carruagem se aproxima, o conto de fadas é atual. O vestido é lindo, verde. Traz consigo organza. Também é inconteste a beleza da jovem. Olhos fulgurantes, flamejam tudo em volta.
Fica ali a admirar a paisagem dos dois morros e baía a emendar com o belo Sol a raiar. A paisagem está quase completa, falta ela conhecer a árvore que um dia morta, voltou a florescer. Fruto da força mais forte que existe no universo: o sentimento sincero do...
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
23 horas
E por acaso fechares teus olhos
Surgirá uma luz lilás
Enxergarás no interior minha imagem
Verás o meu rosto e o meu sorriso
E se te agradares desta visão e imagem
E permaneceres com teus olhos fechados
Os meus olhos dentro dos teus olhos
Faiscarão como as estrelas cheios de amor
E neste incrível prisma passarás a sentir
Sendo 23 horas em ponto
Sentirás o toque de nossas mãos
Amigas e companheiras - ÚNICAS!
O calor dos nossos corpos
Que se buscam e se encontram
O cheiro perfumado de nossas peles
E as gotículas dos suores misturados
E ainda de olhos fechados às 23 horas
O doce e possessivo sabor dos nossos beijos
E se por acaso nesta hora em ponto
E tu com teus olhos fechados estiveres
Saberás que todo este êxtase
Estará sendo emanado por mim
Que pontualmente fecharei os meus olhos
E mentalizarei as mais lindas preces pra ti.
E se assim nos acontecer
De fecharmos nossos olhos
Às 23 horas em ponto
Não estaremos sós.
Ela
Nada de brilhos ou brios
Surgiu singelamente
Verdadeiro presente
Estava tão distraído
Sem perceber o ocorrido
Entre encantos e magias
Estava na fantasia
Olhos se cruzam
Almas se vêem
Corpos em arrepios
Alertam aos desafios
Coincidências?
Fatalidade?
Apenas à Natureza
Com toda sua beleza
Ela
Amor infinito
Navego sem ficar mareado
Do barco me granjeia
Alegre, me sinto amado
Ela vem por aí, vagueia
Mesmo no trabalho duro
O amor sempre semeia
Aqui e agora, no futuro
E até de noite exaurido
Remexo de lado e doutro
Sou sempre seu marido
Na cama me sinto outro
Aclimatado em pernas
De felicidades eternas
domingo, 7 de outubro de 2007
Scraps
Longarinas rascantes
no mar revolto
Tomo, e absolto
Foi-se chegando, tomando
espaço, se firmando
Repentinamente lá estava
Coração em punho ocultava
Sons Meireles, oitava
Violinos se escutava
Alma se abria
Momento se repartia
Vestido e fantasia
Amor, dedicação
Tudo nela queria
Veio meu furacão
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Uma poesia se aclama
Vêm de todos a quem ama
Busca no ser um sentimento
Forte e terno momento
Se acomoda no peito
Na intrépida Fortaleza
É largo amor, sem estreito
Na mais interior beleza
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Oh! Bálsamo encantado dos suores seus
Embala meus sonhos, me alivia
Nos corações a entrevia
Dos amores de Julietas e Romeus
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Encontro-te
Abraço-te, te elevo
as perninhas balançam no ar
O beijo vem forte e profundo
de saudades
Os lábios se expandem
A felicidade toma conta
Está nos rostos
Igual ao do “porta-retrato”
Os olhos brilham de Amor
Os corações apertadinhos da manhã
Mudam o compasso
Tocam ao som dos violinos
Depois vêm os tambores e
as guitarras estridentes
Para ao final voltar ao piano
Da ternura.
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Te quero muito mulher
Com todas as forças te quero
Compartilhar todos os momentos, te quero
Apertar-te, te quero
Abraçar-te, te quero
Beijar-te, te quero
Olhar-te, te quero
É muito bom ser amado por você.
E retribuir com o que há de melhor em mim,
meu amor.
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Entre suas pernas me entrego
No céu áureos coruscantes
Vejo estrela Vega mesmo cego
Sinto suas mãos e boca devorantes
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A busca do poeta
Em frente à mesa
O poeta em busca
Da rima, ele arranja
Não mais o ofusca
A palavra vem, sai
Some, é fugidia
Mas, não se esvai
Ela já está ali
Olha para ela
A sente, percebe
Nota sua aura
“Voa” pirabebe!
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Sonhos na Noite à Meia Luz
Se olvidas ó meu amor
Do reluzente esplendor
No que mais acreditas
Senão no meu amor?
Fundas o terço no peito
Paras no parapeito
Na janela acendes
Aqui me estendes
Na cama paro, olha
Pernas nuas e toalha
Dobra do joelho
Aqui em vermelho
Vem gata, me arranha
Lábios e me abocanha
Puxa uma cigarrilha
Pecado e panturilha
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Quando o Sol raiar
O seu brilho será mais intenso
E as raparigas se ofuscarão
As barcaças passearão
No Rio Tejo
O Minho estará aceso
Numa explosão de alegrias
As gurias te olharão
Como uma rainha
Que és e sempre serás
No meu coração
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Agora
Quero te inundar de beijos
Sentir teu corpo
Abraçá-lo e sentir te junto a mim
Num abraço apertado perder a noção de tempo
Puxar os sentimentos mais fugidios para dentro do meu ser
Captar as boas vibrações vindas dos céus
Transmitir a ternura dos deuses
Passar o que há de melhor no mundo para você
Poder no amor te dar a alegria mais completa
Fazer-te a mais feliz das criaturas
Tudo e agora!
E sempre!
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quarta-feira, 26 de setembro de 2007
O poeta e a poetisa
De desejos e afetos,
Ternuras e lençóis,
Vontades e beijos,
Abraços e olhares
Te quero e te tenho para sempre,
Em meu coração e junto ao meu corpo
Para que as noites sejam mais felizes
Para que os dias façam sentido.
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Sonhos na noite, à meia luz
Do reluzente esplendor
No que mais acreditas
Senão no meu amor?
Fundas o terço no peito
Paras no parapeito
Na janela acendes
Aqui me estendes
Na cama paro, olha
Pernas nuas e toalha
Dobra do joelho
Aqui em vermelho
Vem gata, me arranha
Lábios e me abocanha
Puxa uma cigarrilha
Pecado e panturilha
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Meu Néctar
Amar teu ser
Na minha idade
Que bom ter...
Sonhar teu sonho
Amar teu amor
Coração eu ponho
Com todo ardor
Momentos de agora
De intensa paixão
Lembranças de outrora
Do teu coração
Na busca incessante
De tanto querer
À esperança radiante
De a vida trazer
Viver é amar
Aprender a doar
O amor encontrar
Milagre no ar
Eu não vou sofrer
Por te querer
Entrego meu ser
É viver ou morrer
Ela
Agora
Sentir teu corpo
Abraçá-lo e sentir te junto a mim
Num abraço apertado perder a noção de tempo
Puxar os sentimentos mais fugidios para dentro do meu ser
Captar as boas vibrações vindas dos céus
Transmitir a ternura dos deuses
Passar o que há de melhor no mundo para você
Poder no amor te dar a alegria mais completa
Fazer-te a mais feliz das criaturas
Tudo e agora!
E sempre!
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Fê - VI
Espero-te num pulsar sem fim
As nuvens se juntam aqui e ali
E eu continuo a pensar em ti
Se pensas que não é verdade
Juro por tudo está em volta
Mesmo, sem nenhuma vaidade
Do coração você não se solta
Vem para cá, fica perto
Estou de peito aberto
Das flechadas já tomei
De seu amor sempre hei
Ficar ao lado abraçado
Mais feliz e soçobrado
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Os dois
Esfregam
Rasgam
Enfeitam a noite com sorrisos e beijos
Correm para o amor
Enfeitiçam os transeuntes
Trazem felicidade e bom humor
Aplausos
Gracinhas
Piadas
Gracejos
Par romântico como pouco se vê na cidade
Transbordam viver
Agradam
Bonitos de ser ver
Beijos amorosos
Carinhos ternos
Apertos sensuais
Enamorados
Parecem que quase não vêem
Rodam em volta de si mesmos
Olham
Entreolham-se
Pensam no anoitecer
Acordam na manhã
Distraem-se
Risos
Bobagens
Alto astral
Querem o bem-querer
Dividiriam se possível fosse
Amigos e carinhos
Andam aqui e ali
Param só para ósculos
Frenéticos, agitados
Combinam-se
Saudades mesmo antes do desencontro
Coração amargurado na manhã
Felizes no dia seguinte
Vai o ciclo do amor
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Fê - VI (cinco minutos)
Bela de espírito, bela de corpo
Sublime na cama e nas pernas
Não canso nem tropo
Ficamos felizes juntos
Brilhos nos verdes olhares
Nas salas e no mundo
e para sempre nos mares
terça-feira, 28 de agosto de 2007
O Amor
Destino dos bem-aventurados.
É busca incessante do ser.
Desvelo com outro, desapego com seus problemas.
Dedicação descomedida.
Doação definitiva.
É sair pelas ruas perdido em devaneios.
Sonhar acordado.
Admiração infinita nos olhares.
Querer bem.
Desejar o desejo do outro.
Sentir calafrios.
Dores indecifráveis vindas do coração.
Alegrias instantâneas.
Felicidade sublime.
Vontades ardentes.
Abraços apertados.
Beijos sufocantes.
Mordidas.
Impaciência na espera.
Razões irracionais.
Impulsos.
Furor no sexo.
Frenesi nos encontros.
Tremedeiras nas pernas.
Gosto pelo gosto do beijo.
Delírios no colchão.
Excitação no toque.
Coesão com o universo.
Afeição.
Atração irrefutável.
É tudo.
Somos parte dele.
Somos ele.
Somos vida.
Fê - V
Em meu peito, borbulha sangue
Sangue que faz pulsar
um coração que tange
No limiar do clarão do dia
Acordo nela a pensar
Como bom seria
estar com ela a beijar
sábado, 25 de agosto de 2007
Fê - IV
Fui pego de surpresa,
Fera a estraçalhar braços e peito
Faiscantes olhos.
Fugi, tentei, voltei.
Feixe de forças espirituais.
Faceira criatura, a passear
Facetas mil, ora feroz, ora suave
Filou o corpo e o coração
Fascinado pela pele, penugem perfeita.
Fazer o quê?
Fina flor de encantos mil
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Rimas de ocasião
Já não tenho mais medo!
Realmente estou amando e muito.
Sei que na vida é esse o intuito.
Se sou poeta não sei.
Sei que tentei.
Mas, o gosto por poesia e pelas pessoas está em mim.
Em especial por uma, com bochechas em vivo carmim.
* A poesia de Álvares de Azevedo em questão:
"...Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida.
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
- Foi poeta - sonhou - e amou na vida."
sábado, 11 de agosto de 2007
Natureza e cores
A gaivota paira no céu por segundos.
Pára e olha.
Abaixo o chão se descortina.
Percebe-o pela alameda e desliza.
Sombras das árvores brincam de desenhos na nava de terra batida.
Breve romântico.
Tenras gramíneas esverdeiam a planície.
Toque especial à paisagem.
É a passarela.
O azul marinho do horizonte vai se esmaecendo no contato sublime com o céu.
Riscos de nuvens cortam a abóbada celeste.
Montanhas ao longe delineiam o alcance das vistas.
Olhos verdes os percebem.
Eis a musa inspiradora.
E nos raios de Sol se mostram mais claros.
O quase musgo ganha tons amarelados.
Uma gata, felina.
Forte, apaixonada, de intensa alegria.
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Beleza
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
O barquinho
O barquinho branco raiado de cima a baixo de verde estava encostado num canto do porto. Triste e manchado pelo óleo da baía não mais se sentia vivo.
Tempos remotos dos pescadores alegres que saiam a pescar. Traziam às vezes muitos peixes outras vezes nem tanto, mas ele vivia relativamente feliz. Tinha uma vida como qualquer outra embarcação pesqueira, com alguns momentos bons e outros não. Mas, a esta altura da vida, com mais de trinta anos de existência, não esperava mais nada em sua jornada. Contudo, ainda não havia se conformado com a situação que atualmente se encontrava.
Num dia de mar mais bravio suas amarras se soltaram e foi aparecer num outro país. Lá encontrou um belo marinheiro do qual não se lembrava, no entanto ele sim. Nunca dantes tiveram navegado juntos, mas a troca de olhares entre os dois naquele momento trouxe um clima especial. Puseram-se então a deslizar por mares revoltos. E aos poucos foram construindo uma relação de confiança. Suas pescas agora eram fartas e lhes proporcionavam largos sorrisos. Uma nova vida se aprumou para o barquinho.
domingo, 5 de agosto de 2007
Fê III – ontem e hoje
Pele alva, algumas pequenas sardas e um cabelo longo e liso.
Sonhava em afagar-lhe o rosto, colocá-la sua cabecinha no colo e deixar deslizar suas brilhosas madeixas pelas minhas pernas nuas.
Com as mãos fazer-lhe um cafuné por detrás do pescoço e ver por entre os dedos os fios castanhos.
Seu olhar às vezes triste me deixava impaciente por querê-la sempre sorrindo. Com o tempo, o sorriso se tornou marca registrada dela, mesmo com o que a vida lhe levou.
Hoje, na certeza de poder tê-la próxima sei o quanto posso lhe transmitir carinho e conforto.
Adoro-a e quero ter com ela momentos de profunda felicidade, como os que já tenho tido.
Quanta saudade ela me dá quando longe está!
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
Deusa Grega
Fê - II
sexta-feira, 27 de julho de 2007
Caminhando
Num certo dia quero te encontrar meio que por acaso num parque florido
Andando despreocupada com as mãos soltas acariciando as plantas
Avistando-te ao longe meu coração irá palpitar
Sempre coberto de carinhos e com as saudades que só nós entendemos
Na verdade, pode ser um dia de primavera ou mesmo de outono
Pois, se não houver flores, já terei você desabrochada para uma nova vida
Se folhas se espalharem pelo chão, o barulho do pisar sobre elas será música para mim
E as árvores ora tenebrosas pelo seu aspecto aparente de sem vida virarão testemunhas do nosso amor
Depois quero te ver nua andando pelo meu quintal, despida de preconceitos
Pronta para um afago e recosto na grama ao meu lado
Para mais tarde nos cobrirmos de beijos e amores
Mesmo que gélido estiver o dia, não sentirás frio, pois o calor do meu corpo estará em ti.
À noite, andando pela casa, seja de shortinho e camiseta, de baby-doll ou de calcinha e blusinha
Serás sempre a tentação dos meus desejos, a imagem que traduzirá o meu sonho
Seus cabelos me trarão a harmonia do balançar dos corpos
Traduzirão no seu brilho o seu estado de felicidade, o de estarmos em amor eterno.
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Divulgação
Escritor angolano lança obra na Biblioteca Municipal de Jundiaí
O prefeito Ary Fonsen ganhou uma obra especialmente autografada pelos autores
Contar a história luso-afro-brasileira a partir de relatos e documentários, compartilhando de reflexões para alcançar a sociedade em todos os seus níveis. Com esta proposta, foi lançado na noite de quinta-feira (12), na Biblioteca Pública Municipal Prof. Nelson Foot, o livro "Negro: Realidade, Proeminência e Reconsiderações", do casal de escritores angolanos José A . Bastos Júnior e Silvia Bastos.
Estiveram presentes ao encontro, o prefeito Ary Fossen, a secretária municipal de Cultura, Penha Maria Camunhas Martins, a diretora da Biblioteca, Neizy Martins de Oliveira Cardoso, o presidente do Grupo Zama (Associação do Movimento Afro-Brasileiro), Jorge Reis Tarcísio e apreciadores da Literatura.
O livro é o primeiro de uma série de dez volumes; os textos fazem uma referência ao século XV, quando ocorreu o processo de ocidentalização mundial e o início da escravidão dos negros, liderada pelos portugueses. Para Jorge Reis, a obra é um importante subsídio para os educadores. "Existe hoje a lei n° 10.639 que torna obrigatória a inclusão da história da África e afro-brasileira no calendário escolar. Dessa forma, lançar uma obra como esta se faz necessária."
O prefeito Ary Fossen recebeu dos autores uma obra especialmente autografada e destacou o caráter de religiosidade abordado. "Falta ao ser humano esta religiosidade que conduz à união, solidariedade para que todos convivam em harmonia e colham bons frutos, preparando um futuro promissor para todos. Basta encarar os desafios."
Silvia Helena Ferraz Santos
Copiado do site da Prefeitura de Jundiaí
Notícia do Lançamento no Jornal Local
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quarta-feira, 25 de julho de 2007
Ela
Pequenina de olhares rasgados
Camisetinha preta e um jeans
Sem adereços, só um batom e
às vezes um colar lhe bastavam
Sorrisos e cigarro vez por outra
Boca comprida e fina rosácea
No caminhar alguns balanços e
vontade de passear
Pequenina de quadris largos
Seios médios, barriga lisa
Costas torneadas e curvas
Cintura pequena de encaixe
Resvalar de amores num canto
ou onde ele a levava
Beijos para sempre
Intermináveis
Gostosos
Mordiscadas
Sonhos
Um nascimento por vir
Uma loirinha bem branquinha
Olhos verdes
Sapequinha, teimosa e firme
Inteligente, esperta e geniosa
Realidade presente no ano seguinte
Cinco agora eram
Casa cheia
Repleta de alegria
O passado tenebroso se fora
Uma nova vida para os dois
domingo, 22 de julho de 2007
Fê
Onde você está? Inda sinto o seu cheiro, sua tez, o acariciar das suas pequeninas mãos pelo meu corpo, no meu sexo. E o gosto dos beijos suaves e ardentes. Os cabelos lisos se debruçando pelo meu rosto no ato ou simplesmente recostados no meu peito. O sabor da sua vagina na ponta de minha língua. As paredes de sua vulva acolhendo e abraçando com força meu falo. Saudades dos seus olhos bem abertos me olhando, reparando ou às vezes fechados procurando sentir-me mais e mais. Onde está você?
Que meu pensamento voe até aí e te traga carinho e bem-querer. Que te busque, transmita desejo e esperança renovada para seu dia. Forças e idéias. Fortaleça-as, solidifique-as. Quanto carinho e tesão tenho por você! Querida, aqui longe tudo fica mais triste sem a sua presença. Cuide-se. Preserve seu lindo sorriso. Chame a alegria. Pense em mim, pois logo-logo estarei contigo. E como sempre te trazendo toda a minha felicidade, a vontade de estar em sua companhia. Alegrias facilmente percebidas nos meus olhos ao te avistar. E depois vem tudo aquilo que sabemos: os abraços quentes - que também esquentam a alma – os beijos e... Por onde anda você? Queria-a aqui, apoiá-la em minhas mãos e no meu imenso amar.
sábado, 21 de julho de 2007
O Toque
Ainda sinto os dedos longos e rígidos a deslizarem entre os meus.
Envolvendo minha pequena mão. Encaixe perfeito! Intensa surpresa!
As palmas colando-se imanizadas pelo desejo.
Mãos que se buscavam, feito peças de quebra-cabeça já perdidas e esquecidas pelo tempo. Não mais duas, ímpar!
Energia gerada, aquecimento veloz, uma corrente 220v de pura sensualidade.
Dedos que se aninhavam e se possuíam. O todo espalhando radiação, nas veias, percorrendo o corpo, apossando-se d’alma e instalando-se definitivamente nas entranhas.
Transe total! Delírios sensoriais jamais imaginados.
Sabendo-se o final, nada mais importava! Nem mesmo o resvalar ousado no pescoço, este arrogante ponto erógeno com dificuldade se fez presente por um breve e ínfimo momento, sendo-o permitido para não se esvair o encantamento.
O resto? Andar, falar, ver, ouvir....
Nada me lembro! Somente meu coração acelerado e cérebro paralisado!
Eu, em êxtase frenético e furtivo, em derradeiro caos...
Ela
quinta-feira, 19 de julho de 2007
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Igrejinha
Ao longo se via a ponta da igrejinha. Num verde clarinho e límpido. Eu imaginava os cultos religiosos, freqüentado por moçoilas de saias compridas, estampadas e de pano. Simples.
O cenário me remetia a tempos anteriores.
Era uma moça em especial, ainda permanecia, vingava em minha mente, desde o longínquo passado. A menina me chamou a atenção. Ela, naqueles instantes pretéritos estava voltada à religião de forma definitiva. Mas, graças, isso só fora nos momentos de outrora.
Bonita aos meus olhos, o pensamento ia longe. Queria afagar-lhe a nuca, massagear seus cabelos e beijar suavemente seu pescoço. Iria buscar os ouvidos para lhe cochichar juras de amor.
Traços finos, nariz comprido, pele branca com sinais de Sol, boca grande, lábios finos, olhos esverdeados, sobrancelhas naturalmente bem delineadas. Longas madeixas, lisas e brilhantes, pele fina e pescoço longo e convidativo a uma carícia. Descrita minha musa.
Sorte minha que aquela adolescente não seguiu os caminhos religiosos.
A tenho e a quero para sempre.
terça-feira, 17 de julho de 2007
Carinhos
segunda-feira, 16 de julho de 2007
Madrugada na cidade
As gaivotas voavam em fila, com rasantes sobre o espelho d’água. Repentinamente, mudaram de curso. A formação agora estava em forma de “V”. Buscavam uma térmica para lhe diminuir o esforço e flutuar entre o mar e o céu. Passavam neste momento em frente à barca. Vistosas, com o peito alvo estufado para frente, pareciam estar orgulhosas pelo belo espetáculo que davam. Revoadas, acertos, mudanças, planadas, desvios, refluxos.
Os ventos lhes davam um ar de força. Vigorosas e leves. Vinham com as asas fortes, abertas, resistindo ao empuxo dos calafates. Depois, deslizavam pela brisa sem esforço como se aproveitando do momento.
Escorregavam pelo céu, felizes, soltavam pipiares de êxtase. Navegavam junto com as embarcações gostando do rastro dos peixes frescos. Avistavam mais longe, viam seu destino em deleite. Jovens aves, crianças,... queriam se divertir.
Alimentavam-se dos peixes e da agradável paisagem da baía. De um lado o Rio, o Pão-de-Açúcar e o Cristo Redentor, do outro a Fortaleza de Santa Cruz e as paradisíacas praias de Niterói.
Morros, mares, florestas, riachos, rochas se incluíam no lindo amanhecer da cidade.
quarta-feira, 11 de julho de 2007
Um pedacinho.... continue a escrever, pois o faz muito bem!
Era tarde da noite e todos já haviam se recolhido aos seus aposentos. Pelo silêncio e o adiantado da hora era inconfundível saber que toda a casa adormecera.
Lentamente deslizando as pernas sob o pesado edredom de algodão, ainda pensava se deveria ir confirmar aquele sono que se mostrava absoluto entre os moradores, quem sabe alguém ainda acordado para um último boa noite e talvez uma amistosa xícara de chá.
Não, a verdadeira intenção estava longe disso, era a tentativa de expulsar a insônia que a assolava há várias noites advinda de outras causas e nada a afastaria, apenas seria uma pequena e breve pausa para distrair a mente até ressurgirem todas as palpitações, dúvidas, anseios, desejos, calores que aprisionariam novamente à loucura daquele ser enigmático que entrara faz pouco tempo em sua vida.
Como uma bala perdida entra e se instala na vértebra cerebral, impossibilitando sua remoção, pois de certa maneira o encaixe preciso tornou-se parte integrando-se naturalmente, qualquer risco de remoção poderia danificar todo o sistema, e trazer conseqüências inimagináveis.
Mas, a pressão causada mantinha todos os nervos conscientes da sua presença forçada e intransigente. Tentava relembrar os fatos ocorridos desde o início daquele primeiro e absoluto encontro. Tentava reviver novamente o exato e mortal momento em que tudo havia mudado e mudado definitivamente seu ser. Breves momentos de raiva lhe passavam aos pensamentos: Maldita hora! Maldito homem! Maldito encontro! Mas, apenas rápidas chispadas de fogo e ódio, para, a seguir soltar-se e redimir-se inteiramente ao destino encontrado.
Monstruosa perturbação, doentia encontrava-se sua mente que não descansava e a todo instante arremetia-lhe aquele estranho. Estranho tão bem conhecido, tão bem entendido, tão bem desnudado inteiramente por ela. Víscera da sua víscera!
Ela
sábado, 7 de julho de 2007
O Livreto
Eu toco delicadamente o pequeno livro amarelado de poesias.
Que foi escolhido e me dado pelo meu amado!
Deslizo lentamente meu olhar entre as páginas que folheio.
Paro! Fixo um poema marcado, às vezes até sublinhado!
Sinto o movimento do sorriso a se formar em meus lábios.
Outrora docementes beijados!
Leio, interpreto e reflito os pensamentos...
Transportando-o para mim nesse momento!
Vagarosamente e com muito cuidado.
Fecho-o como quem fecha um baú de preciosidades.
Trago-o ao peito, abraço-o!
E me envolvo em devaneios...
Ela
sexta-feira, 6 de julho de 2007
É outono?
Ao longe as verdes folhas caem. O verniz de cada uma refletido aos raios do Sol me lembra o brilho dos seus olhos sorridentes.
É inverno eu sei e meu coração anseia pelo calor do seu corpo. Quer o carinho de suas mãos e o aconchego do seu ventre.
Sou verão e te aqueço nos amplexos cinturados e nas cópulas vespertinas. Febril como nosso romance.
É primavera e nosso amor é um sonho. Desvairo de carinhos e desejos.
quinta-feira, 5 de julho de 2007
Oito dias
Por oito dias... Caminhamos pela ilha. Mergulhamos em águas límpidas. Ensinei-te a nadar. Beijei-te no mar. Se dependurou em mim, nos abraçamos. Passeamos por trilhas. Avistamos pássaros. Admiramos o verde da mata. Visitamos cachoeiras. Almoçamos comida caseira. Compramos bugigangas. Tomamos chuva bem agarradinhos. Fizemos amor e dormimos encantados. Brincamos na praia e subimos pedras. Enveredamos por caminhos desconhecidos. Visitamos ruínas. Andamos de barco. Tomamos Sol e cuidamos um do outro. Dei-te comida na boca. Beijei-te. Escorregamos em nossos corpos. Suamos e sorrimos.
Como é bom estar contigo.
Fomos felizes por oito dias na ilha que é dos deuses.
Idéias para se guardar
Chegará o dia em que os verdadeiros homens serão os dotados da essência da humanidade e abrirão seus corações a quem precisa.
Os vencedores são os que sabem viver, não os ganaciosos que vivem sempre em busca de mais um quinhão.
O amor verdadeiro não reconhece o egoísmo, ele vislumbra a felicidade alheia.
terça-feira, 3 de julho de 2007
A Felicidade
“Reflitamos sobre o que realmente tem valor na vida, o que confere significado à nossa vida, e fixemos nossas prioridades com base nisso. O propósito da nossa vida precisa ser positivo. Não nascemos com a finalidade de causar problemas, de prejudicar os outros. Para que nossa vida tenha valor, creio que devemos desenvolver boas qualidades humanas essenciais – o carinho, a bondade, a compaixão. Com isso nossa vida ganha significado e se torna mais tranqüila, mais feliz.”
Dalai Lama
segunda-feira, 2 de julho de 2007
Divulgação – Projeto "Solte o Verbo"
De 16 de julho a 20 de outubro, meu amigo Robertson Frizero Barros estará ministrando uma Oficina de Literatura em Língua Inglesa no Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo, de Porto Alegre. A atividade é parte do projeto “Solte o Verbo”. Serão dez encontros semanais de três horas de duração, totalizando trinta horas de aula.
As oficinas darão certificado aos alunos com mais de 75% de presença e estão em um preço bastante acessível - R$ 150,00 para o público em geral, R$ 100,00 para estudantes e pessoas acima dos 60 anos - e em ambos os casos este valor total da oficina pode ser pago em três parcelas!
A oficina comandada por Robertson terá uma parte teórica, na qual serão estudados os elementos que constituem o texto literário e as estratégias dos diversos autores, e uma parte eminentemente prática, na qual os participantes serão convidados a produzir textos em língua inglesa. Aliás, o workshop será todo em inglês, uma ótima oportunidade para os que desejam praticar o idioma em uma atividade bem distinta dos cursos formais do idioma.
As vagas são limitadas e, como o valor da oficina está bastante abaixo do preço normal de mercado para esse tipo de atividade, vale a pena antecipar as inscrições.
Mais detalhes aqui
O material de divulgação, que já está disponível no site do Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo
Abraços.
domingo, 1 de julho de 2007
Erótico?
Minha amada batia à porta. Levemente suado eu já estava sem camisa. Pedi que aguardasse um tempo para me decidir se iria ou não colocar algo. Abri a porta e a vi recostada à soleira da porta com um sorriso cheio de amores. Abraçamos-nos e ficamos nos beijando e nos desejando por alguns minutos. Aos poucos, com o calor do amplexo, gotículas se formavam às suas costas. A saudade era tanta que não dera tempo de sequer tirar o casaco ou de retirar a bolsa que continuava dependurada em seus ombros. E vinham mais beijos suaves, fortes, ternos e também sacanas. Mordiscadas nos lábios e possessão de línguas. Em pouco tempo, já nos sentíamos mais felizes por causa do nosso encontro. Mágico como sempre. Alegre, feliz e cheio de prazeres. Deleites da carne, do íntimo, do amor que sentimos um pelo outro. O que queríamos era estar juntos. Custosas são as ocasiões de nos reaver. Na maioria das vezes se concretizava em nossos planos. Então, era agora mais uma rara vez.
Saí um pouco do transe. E ao me deparar com a porta ainda aberta, puxei-a pela chave e a fechei. Não queria compartilhar com mais ninguém aquele momento. Ao mesmo tempo em que ainda a envolvia com um dos braços, rodei a chave, finalmente tranquei a porta. Depois lhe tirei a bolsa dos braços, comentei qualquer coisa sobre minha saudade e sobre os suores às suas costas. Ela me disse: “Eu te adoro”. Talvez seja a frase que eu mais tenho escutado dela durante essas poucas semanas. Dias esses em que nos encontramos, fazemos amor, conversamos, bebemos, jantamos, almoçamos, vamos ao cinema ou caminhamos juntos pela cidade. Puxei-a pelo corpo suavemente mais para dentro do quarto. Depositei sua bolsa na penteadeira e pedi que tirasse o casaco. Estávamos absortos um no outro.
Empurrei-a na cama. Pediu-me que fechasse a greta que ainda havia por entre as cortinas do quarto. Fechei. Voltei-me para ela. Linda, estava debruçada na cama. Tirei rapidamente seus sapatos e os meus. Mergulhei por cima dela, enchia-a de beijos e rocei meu corpo e meu sexo em suas coxas ainda vestidas pela surrada calça jeans. Levantei um instante, abri-lhe a calça e ela levantou as pernas me ajudando para que eu a despisse para que a deixasse de calcinha. Tirei minha calça, estava agora só de roupas íntimas, mas logo decidi tirá-la também. Aquela visão dela deitada sorrindo apenas de calcinha e blusinha já me tirava do sério. Fui despindo-a com calma e muito desejo. A cada momento eu a olhava, e percebia a satisfação daquele momento em seus olhos. Finalmente a despi completamente. A hora de tirar a calcinha sempre foi um momento especial para mim. É o momento da entrega, do desvendar o mundo da mulher. Do segredo mais íntimo, de perceber a vontade de estar comigo e de sentir o desejo de ter-me por inteiro. Valorizo muito esse instante, olho atentamente para os pêlos pubianos, e para o desenho do ventre. É especial. E estar com ela é sempre especial. Já totalmente excitado toquei-a tentando perceber se ela já estava excitada e preparada tal qual eu me encontrava. Levemente molhada, sua vulva ansiava por ser penetrada. Puxei-a mais para cima da cama, pois ainda estávamos muito na beirada. A quis com tudo, fui brando, mas forte, penetrei-a e a vi sentindo meu sexo explorando sua vagina. Ela já se contorcia, fechava os olhos, eu chegava ao seu fundo. Sua face mostrava que um misto de dor e prazer se misturavam naquele momento. Às vezes ela espremia os olhos demonstrando que eu a tocava profundamente. Mas, apesar dessa mostra de toque mais intenso ela gostava, pois estava completamente preenchida.
Ficamos algum tempo nos beijando e nos movimentando durante o ato. A virei e a puxei agora ela vinha por cima. Em movimentos ritmados ela ia e seguia se roçando e sendo penetrada. Eu enrijecia a barriga e as pernas para lhe proporcionar mais prazer. Facilitava que seu clitóris pudesse se roçagar em mim. Às vezes ela parava, mas eu a puxava querendo-a mais. Em pouco tempo ela estava a berrar demonstrando seu prazer naquele “exercício”. Suas expressões faciais mostravam-na em êxtase, seus braços descontrolados me enfiavam as unhas nos meus. Estava mais solta do que de hábito e isso me excitava demais, seus gritos de prazer eram mais intensos e altos. Eu adoro isso. Meu sexo estava rijo e cada vez mais inchado por causa do que o momento me proporcionava. Ela já estava quase gozando e começou a parar com seus movimentos, mas em contrapartida eu não a deixava que fizesse isso, puxava-a com força pela cintura. Trazia-a de modo a se esfregar em meu corpo. Ela vinha... E... finalmente gozou. Mas, não satisfeito a explorei mais, continuei sozinho em penetrações e fricções. Uma de suas pernas se afrouxava, mas eu a continha com o joelho, queria-a ainda mais. Veio então o segundo gozo. Ela pedia que parasse. Seus urros de prazer já eram descontrolados, muito mais altos do que de costume e se superavam com o tempo. Seus cabelos estavam consumidos pelo suor. Sua barriga, encharcada. Seus seios tesos. As pernas ainda vacilavam querendo se desdobrar de forma a se deitar completamente por cima de mim. Mas, em meio jeito insaciável de lhe dar prazer eu não o permitia. Ela já estava cansada, ofegante, com o coração palpitando. Puxei-lhe mais algumas vezes em ritmados deslocamentos. Veio o terceiro gozo. Ela desabou por cima de mim. Não havia mais o que pudesse ser feito. Em êxtase pedia-me que a abraçasse. Seu coração pululava, eu sentia seus batimentos descompassados com seu corpo inteiro colado ao meu. A satisfação me veio ao rosto. Eu estava feliz. Fizera-a mulher. A da minha vida, ela tinha novamente muito prazer. Se eu pudesse a teria sempre assim, desgovernada em prazeres e loucos momentos de êxtase e tesão. Amo e sempre lhe darei prazer.
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Comunique-se - Vale a pena ler de novo
Hoje, 28 de junho foi publicado, o texto: “No mar da tranqüilidade” no site Comunique-se, seção Literário.
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quarta-feira, 27 de junho de 2007
Perfeitos um para o outro – Parte I
Na penumbra, abraçados, se avistavam no espelho do teto. O casal de médicos, conhecidos de longa data, estava esgotado. Fora uma intensa e às vezes selvagem união completa dos corpos que sempre os deixava felizes, com ares de paixão, carinho e amor. Nesse momento admiravam um ao outro refletidos e as carícias aconteciam suaves. Encaixados, ainda suavam com o calor de alguns minutos de intensa troca de beijos, abraços e movimentos libidinosos. Mais que a felicidade do momento eles percebiam o quanto se gostavam e como o ato entre os dois era perfeito. Fazia pouco mais de um mês que se aventuraram em suas primeiras experiências buliçosas e já se encontravam muito bem na cama. Como jamais havia se visto.
sexta-feira, 22 de junho de 2007
Sangrento
Avistava o paredão incólume.
Mal havia espaço para o céu.
As luzes desviavam para não se chocar.
Lá embaixo o mar borbulhava.
Criaturas noturnas povoavam
O lugar entre as penumbras.
Uma ponte se alçava em arco.
Carros e seus faróis passavam
E iluminavam a estrada seca.
Bambus atraíam morcegos sangrentos.
Uma ruela e um riacho se encontravam
Ali, por onde meu amor passou sozinha.
Suas carnes estavam agora espalhadas
Pelo chão de terra, frio e sem emoção.
Um lobo a atacara até ela desfalecer.
Depois separou suas juntas e pele.
Seu sangue ainda escorria quente
Correndo para as pedras mais adiante
Um manto foi colocado e uma reza feita.
Ali jaz a prima-dona ruiva de voz grave
Suas roupas espalhadas davam a noção
Da batalha que ali acontecera, fugaz.
quinta-feira, 21 de junho de 2007
Comunique-se
No dia 21 de junho foi publicado, o texto: “Dois elevadores” no site Comunique-se, seção Literário.
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Devaneios
Conheci-te numa beira de estrada
rodopiando seu vestido azul.
Seus olhos igualmente azuis me mostravam
o mar que nunca tinha visto.
As águas bravias buscavam
brechas entre as rochas.
Ao fundo se ouvia o trovão e o relâmpago
iluminando a noite celeste.
Queria-te naquele momento
para encher meu coração de ternuras.
Perdido em meio ao nada
de sentimentos e imagens belas.
que só você as poderia trazer
para mim de maneira serena.
As montanhas eram sombras
e as árvores fantasmas.
povoavam meus medos mais
secretos de infância.
A areia se via ao longe dando
um contorno suave à paisagem.
Suas longas madeixas louras,
lisas e brilhantes me ofuscavam.
nos meus mais loucos desejos
de tocá-las e carregá-las.
contra o meu rosto já marcado
pelo duro modo do ser selvagem.
Suas formas desenhavam silhuetas
na parede e no chão.
As curvas se delineavam de forma
abrupta na cintura e quadril.
Todas elas criavam em minha
mente mensagens subliminares.
Das que não se esquecem nem em
todas as vidas que nos vêm.
terça-feira, 19 de junho de 2007
Escravo
Sou seu escravo. Do que precisares estarei a seu dispor. Se careceres ouvir palavras carinhosas te direi sem que peça. Se necessitares de um ombro amigo para chorar te darei os meus. Querendo proteção, já te abrigo em meus braços. Desejosa de beijos, milhares serão dados. Abraços? Os mais intensos possíveis.
Por quê? Porque não resisto a você.
Se estiveres ardente em excitação te farei mulher, doce e forte no ato. De companhias para as compras, serei seu melhor acompanhante. Se precisares falar, esbravejar contra tudo, os ouvidos estarão pacientemente a postos. Diante de dúvidas e inquietações terá o melhor psicanalista.
Por quê? Porque não consigo ficar sem você.
Se sentires culpada após a sobremesa te falarei que não precisas se preocupar porque és linda. Se cansada após um dia duro de trabalho, massagearei suas costas e te farei relaxar.
Mas, se gostas de um homem mandão e que te faça submissa o terá com todo o vigor. Se quiseres alguém dominador, já o tem. Se tiveres vontades inconfessáveis que as diga, pois que serão escutadas e realizadas. Se com medo, serei seu maior protetor.
Por quê? Porque tentei te afastar de mim, mas desisti, pois você assaltou meu coração.
Você é o último amor da minha vida.
domingo, 17 de junho de 2007
Simplicidade
Ir ao museu e ficar abraçado admirando as obras de arte.
Surpreender sua amada com um buquê de rosas.
Andar despreocupado por um parque e comer um cachorro quente saboroso.
Elaborar planos de viagem.
Se enroscar deitados e nus.
Ouvir uma música de marcha calma ao som de violinos.
Ler uma poesia.
Parar por uns segundos e trocar olhares de carinho.
Admirar o movimento das ondas no entardecer.
Ir ao cinema e namorar.
Tomar uma água de coco à beira-mar em meio a conversas românticas.
Escrever uma mensagem que transmita emoções.
Caminhar pela orla e compartilhar a presença de uma criança alegre.
Ter uma tarde de intensos amores.
Almoçar juntinhos e dar-lhe um morango na boca.
Dar as mãos e puxar seu amor para um abraço repentino.
Tirar fotos de súbito de sorrisos espontâneos.
Fazer uma massagem.
Imaginar um café-da-manhã numa ilha.
É tão fácil ser feliz, para quê complicar?
O Cisne
Singraste no oceano da vida
Qual marinheiro a conduzir tua nau.
Escolheste entre marés ondulantes
Na incerteza da tua juventude
A sugestão d'um sopro de brisa a cantarolar.
Mas, vendo-te na caminhada escolhida
Que tantos heróis escreveram na história,
Antevejo-te a surgir em ondas espumantes
Esguio, porte altivo, como um cisne
Em berço esplêndido, a se destacar.
Na carreira que hoje abraças com calor
Marcando, vez em quando, uma renúncia,
Mas, quantos "louros" colherás, certamente...
Tens o brilho e o valor
Que os grandes homens distingue
E que a Marinha polirá ainda mais.
Marcando n'alma, profundamente,
As lembranças felizes que guardarás, vida afora...
E a honra, que não olvidarás, jamais!
Lêda Rau
sábado, 16 de junho de 2007
Uma visão geral sobre o livro: “A origem do capitalismo” – Ellen Wood
Ellen Meiksins Wood. A origem do capitalismo. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2001, tradução: Vera Ribeiro, 143 p.
Os modos contraditórios de se enxergar a origem do capitalismo
Introdução
Em sua primeira obra – um ensaio - lançada no Brasil – 2001 - a historiadora, crítica e editora Ellen Wood traz questionamentos sobre a suposta naturalidade do surgimento do capitalismo. Com a autoridade de recebido o prêmio Outstanding Academic Award da revista americana Choice, “A origem do capitalismo” coloca em debate e desconstrói mitos acerca do tema.
Desenvolvimento
Ao incluir referências de idéias passadas sobre a natureza histórica do sistema capitalista faz um retorno aos paradigmas aceitos. Em meio às discussões entre grandes pensadores de outrora, a autora inclui percepções, contradições, erros e acertos. Desde o início, percebe-se que Ellen entende que menções aos conceitos antigos se fazem necessários para entender as concepções e alternativas futuras ao meio econômico.
A partir de idéias dos intelectuais, a escritora se debruça sobre os conceitos anteriores à década de 1970 e compara sentenças solidificadas ao longo de décadas trazendo consigo as incoerências percebidas no presente. Diante do panorama apresentado pelo atual capitalismo a historiadora faz conjecturas e um acerto de contas com afirmações marxistas ou não.
Dotada de grande senso crítico, uma de suas acepções profissionais, Wood ora se aproveita de experiências antigas e confirmadas para incluir seus ideais, ora derruba julgamentos errôneos e os contrapõe com assertivas advindas de comparações com outros países, situações ou fatos. No desenrolar do texto, também se perfaz do que foi exposto e complementa com observações pertinentes.
De início, a escritora faz um apanhado das condições transistóricas a que foi exposto o tema. E inclui no decorrer dessa introdução referências às mais variadas visões em relação ao capitalismo. Mais adiante ainda assinala as novas tendências historiográficas a respeito do assunto.
Já envolta na temática, a historiadora, faz inclusões das versões já discutidas por grandes estudiosos do assunto de maneira a embasar melhor cada visão, introduzindo breves relatos e referências de onde vieram advieram tais idéias.
A autora expõe no livro que, ao longo dos anos, as várias hipóteses e pensamentos acerca do capitalismo foram aos poucos se aperfeiçoando. Faz figurar também as principais vertentes, e quais os pensadores que discutiram a temática. Vai construindo as idéias de modo frouxo, de modo que o leitor possa tirar as próprias conclusões. Não dá, portanto conceitos prontos ou assertivas de início. Apresenta a ideologia dos debatedores e inclui referências ainda que poucas sobre a origem de cada pensamento, conclusivo ou não. Aliás, neste começo, em raros momentos há algo definitivo acerca das questões mostradas, e quando há, nem sempre é tão acachapante ou relevante.
As propostas incluídas pelos principais estudiosos do assunto, são sim, na maioria das vezes contestadas por outros. Nesses, Ellen coloca em xeque cada uma dos caminhos auferidos por eles. Ao traduzir e confrontar idéias deles, a escritora deixa que se façam alguns breves pensamentos sobre o assunto, contudo, ela mesma não dá uma posição a favor ou contra cada autor debatido. Ficando desta forma, ao mesmo tempo sem conclusão e em aberto para novas conjeturas que devem a priori ser deixadas para quem está a ler.
Ao final de que cada debate, a sra. Wood, introduz uma breve perspectiva conforme a abordagem de cada autor estudado. Mais a frente, a autora ousa a incluir algumas definições mais fechadas sobre a temática, como por exemplo, o fato de a luta de classes ser central no processo de transição ao capitalismo. Algumas outras merecem destaque, como a idéia de que o capitalismo não é uma conseqüência natural e inevitável da natureza humana, mas sim um produto tardio e localizado de condições históricas muito específicas e, portanto um produto de suas próprias leis internas de movimento.
Ao final do livro, a autora, faz um apanhado geral do temas discutidos e nesses sim, faz assertivas definitivas sobre o capitalismo, suas causas, conseqüências e os seus contextos históricos. Faz também um breve relato dos efeitos da expansão dos imperativos capitalistas. É mister que ressalte o trabalho minucioso realizado pela historiadora, prova disto são as grandes quantidades de citações das mais variadas obras, todos com uma relação íntima ao texto e auferidos na conclusão da obra.
Conclusão
O livro é ingrediente indispensável a quem se aventura pelas discussões acerca do panorama em que se encontram os sistemas econômicos dominantes. Cabe, no entanto, fazer um alerta de que assim como a temática, os textos exigem conhecimentos prévios ou no mínimo uma pesquisa em paralelo. Com as referências em forma de notas ao fim da obra, tem-se um alicerce capaz de trazer à tona as respostas a quaisquer questionamentos possíveis.
O mp3 e as pessoas
Hoje, duas em cada cinco pessoas vão às ruas portando uma nova indumentária, o aparelinho de mp3. Uma nova tendência seguindo a já solidificada, a do isolamento cada vez maior dos seres humanos.
Estamos cada vez mais centrados em nós mesmos e mais ainda no dinheiro. Nossas razões de viver não estão mais na prosa descontraída. O contato com outros deixou de ser prioridade. Vivemos numa redoma construída por nós mesmos.
Não por acaso, os fones de ouvido antes se chamavam de “egoísta”.
Quanta saudade do homem que rodeava a Lagoa Rodrigo de Freitas caminhando e dando estúpidos bons-dias a quem quer que passasse.
No começo você estranhava, mas depois, até se antecipava no bom-dia e sentia satisfação nisso.
Era a troca. Troca de carinhos mesmo que com um estranho.
Não é por acaso que existe gente que conversa até com pássaros ou com qualquer outro animal. Com os humanos tá difícil.
Criação
Há no amor um momento de grandeza,
que é de inconsciência e de êxtase bendito:
os dois corpos são toda a Natureza,
as duas almas são todo o Infinito.
É um mistério de força e de surpresa!
Estala o coração da terra aflito;
rasga-se em luz fecunda a esfera acesa,
e de todos os astros rompe um grito.
Deus transmite o seu hálito aos amantes:
cada beijo é a sanção dos Sete Dias,
e a Gênese fulgura em cada abraço;
Porque, entre as duas bocas soluçantes,
rola todo o Universo, em harmonias
e em florificações, enchendo o espaço!
Olavo Bilac
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Nova York, Cidade dos “Todos”
Todos os doidos estão lá, todas as modas dão seu ar da graça naquele lugar, todas as raças, credos, nacionalidades aparecem por ali. Onde mais se encontram pessoas que saem correndo dos prédios já pela manhã? E donde vem aquela praticidade que lhes é familiar? Você, por acaso, em algum momento se deparou com as embalagens deles? São demais, tudo abre como um simples ziper. Sabe aquela guloseima que de tão mal embalada demora-se horas para abrir e quando abre caí tudo no chão e você morre de raiva? Pois é, isto é impensável nesta cidade. Todas as embalagens são simples.
Aliás, outra particularidade é que toda e qualquer cena inusitada se vê por lá. E o mais curioso é que todos fazem aquele olhar blasé, como se nada estivesse acontecendo. Pode-se encontrar numa esquina o Stomp dando um show, no meio da rua, em plena Times Square e tem-se a impressão que é a coisa mais normal do mundo. E que tal entrar numa boate e somente ser capaz, passados alguns minutos, perceber que está num salão de beleza?! E se do nada você se depara com uma loura linda totalmente nua protestando contra a venda de peles de animal em pleno e rigoroso inverno nova-iorquino? O que pensar de um local assim?
Lá, até mesmo o conhecido mau-humor dos sitiantes possibilita cenas incomuns, imagine um daqueles postes – a impressão que se tem é que todos os policiais têm mais de dois metros – fazendo poses ao direcionar o trânsito. E uns gays que saem com suas calças totalmente transparentes usando calcinhas vermelhas por baixo? Impossível não chamar a atenção não é? No entanto, depois de um tempo, você acostuma, pois estas cenas são mais comuns do que se idéie.
Lembra daquele maluco corredor? Pois é, a vontade que tive no primeiro dia, logo ao chegar, foi parar o sujeito que saía correndo pela portaria e perguntar: “Hei, aonde se vai com tanta pressa?” ou ainda “Você também corre dentro elevador ou veio mesmo pela escada?”.
Outra, tem uma pizzaria fast-food na Rua 34 em que o atendente nunca espera você pensar no seu pedido. Titubeou por um segundo, ele dispara: “next”, ou seja, bobeou, volta para o fim da fila. Na hora dá vontade de soltar um palavrão, mas a cena é tão cômica que você se vê lá parado com cara de babaca e desanda a rir. O que fazer diante de um sujeito que nem pisca e berra “next” umas duas mil vezes por dia?
Esta é Nova York, uma cidade levada a sério por todos, mas hilária com todos,... Todos estes nova-iorquinos, todos loucos.
Publicado em 4 de setembro de 2006 no site Comunique-se
Link direto (nem sempre funciona)
Ele
Toda vez que eu o encontro ele me pega em seus braços. Faz de uma maneira que eu me sinto protegida, envolvida. Seus abraços são fortes. Os beijos são, ora suaves, deslizando nos meus lábios os seus, ora intensos e profundos. Sempre que nos encontramos, fecho os olhos e tenho vontade de me entregar. Ele me diz linda. Em seus olhos leio a ternura e carinho que tem por mim.
Podemos estar em qualquer lugar, mesmo no meio da rua, pouco resisto às suas investidas. Aos poucos, depois de alguns poucos minutos, estou lá eu, em novo estado, excitada.
Estou quente e meio que embriagada. Tenho vontade enorme de ficar, ficar, ficar... Permanecer ali, juntos.
Num breve instante ele me faz tão bem. Primeiro o ego, depois o meu lado mulher, antes adormecido. Me vem um desejo de estar a sós com ele. Num quarto, mesmo que só abraçadinhos. Imagino assim, nua e envolvida ou o envolvendo mesmo que sem fazer mais nada, só curtindo o momento. E pensar que eu nem gostava tanto de ficar de “conchinha”. Mas, com ele isso muda.
Ao mesmo tempo em que sonho com esse momento, sei que depois, as coisas são mais agitadas. Entramos devagarzinho no quarto, mas daqui um tempo, ficamos mais e mais estimulados. A hora de aparente tranqüilidade se esvai. Tentamos, nem sei porque nos segurar, pois acabamos arrebatados. Percebendo o momento íntimo sem travas, sozinhos, com nada a nos perturbar quero-o logo dentro de mim. Num quarto nossa lascívia se faz presente. Dou muito tesão nele.
É muito bom tê-lo em mim. Sou preenchida. Ele vem ora brando, ora forte. E encosta lá no fundo. É um misto de dor e prazer. Algumas vezes me perco, e enlouquecida me mexo sem parar. Esfrego-me nele. As pernas ficam desorientadas e vão desarrumando a cama já mal feita. Os braços o apertam, as unhas por vezes em um descontrole lhe riscam suas costas. A boca pede em algumas ocasiões beijos, em outras morde-o com vontade no braço. Deixo-lhe com marcas roxas. Brinco e digo que é minha marca registrada. Meus gozos sempre tão complicados e difíceis agora mais comuns. Não mais esperava ter novas sensações como estas.
Na cama, brincadeiras se sucedem, ele me toca e me estimula, é algo intenso. Retorço-me, clamo por parar, mas quero mais. Foi-se a moderação, receio machucá-lo. Ele pede mais descontrole, xingo-o de desgraçado. Falta-me o chão naquele segundo. Estou em suas mãos. Tenho verdadeiro pavor de me sentir entregue.
Gosto muito dele, sinto-o como uma pessoa de boa índole, mas tenho medo, muito medo. Seus toques, seu sexo, suas intervenções me atordoam, não posso ficar na mão dele! Mas, ele pede: "solte-se, se descontrole, eu quero muito você".
Por vezes realmente entro num frenesi. Faço amor de maneira ensandecida, sou fogo e ardo. Ele se esgueira, mas com um sorriso, mostra que está gostando do que vê. Sinto-me inteira, mulher. Mulher como faz muito tempo não era. Olho para os espelhos, no teto e à frente e reparo nos seus movimentos, no seu corpo. Agora também sou uma voyeur. Ele me penetra, faz movimentos, circulares, lentos, rápidos... Me deixa em tensão. Vez por outra dá uma estocada mais forte e extensa daquelas que me rasgam. Sinto-me pequena para ele. Seus suores me caem nos olhos, mas não incomodam.
Agora tenho vontade de deslizar minha boca pelo seu corpo, pelo seu sexo, e bem sei que poucas vezes me senti tão à vontade com isso.
Nossos momentos são curtos, mas intensos, em poucas horas nos engalfinhamos, nos entrelaçamos. Gostamos de ficar abraçados. Os abraços, no entanto são pequenos instantes, pois lá está ele novamente a me provocar. Aliso-o e já estamos novamente... Pouco a pouco nos cansamos.
Nossa química é boa ou será perfeita? É verdade que ainda nos tateamos, pois pouco nos exploramos. Estamos nos conhecendo. Entretanto, alguns toques já indicam alguns atalhos decifrados, muito falta, porém. Está tudo maravilhoso. Por que me sinto assim com ele? Quero me conter e não consigo. Meu desejo por ele, o carinho e a vontade de querê-lo bem me conquistaram.
Sei que ele é um bom homem, e que não irá me machucar, mas a sensação de desgoverno me assusta. Mas, é claro que em mais algum tempo irei me soltar, pois sei que assim poderei dar-lhe mais prazer. Estou completa.
Nos divertimos, ele é meu homem, carinho e bem-querer.
terça-feira, 12 de junho de 2007
Sem título
Sempre quero te ver. Não me importa o que pensa de mim. Se acha que sou um bobo ou um objeto sexual. O que me interessa é estar contigo. Na chuva, por dois minutos somente, escalando uma montanha ou enfrentando dificuldades. O que realmente é importante é o que sinto por ti.
Se estiveres doente estarei ao seu lado. Se triste te trarei alegria. Caso precise de um professor lá estarei, de um amigo ou de um amante permanecerei por quanto tempo for preciso e sempre com a maior satisfação.
Troco três meses de cama por um minuto contigo. Por mais que eu possa parecer até piegas, o serei porque te adoro e tenho esse lado romântico incorrigível.
Sempre sonho com você. Penso no como é bom estar ao seu lado. E lembro de cada momento que passo na sua companhia. Instantes, segundos, minutos, horas, pouco interessa, pois a energia que será emanada me abastecerá por décadas.
É assim que sou, ou parte de como me traduzo.
Um amante apaixonado.
domingo, 10 de junho de 2007
Meu melhor presente
Conhecer pessoas é coisa corriqueira na vida de qualquer um. Mas, anjos não. Conheci um esta semana. Com tudo que tem direito, tais como se imagina, nem as asas faltaram. Essas, porém, nem todo mundo consegue ver. Só quem sente o toque de magia que o querubim te passa é que pode visualizá-lo alado.
Receber o carinho dele te transmite paz. Experimentar um olhar te faz sentir especial. O toque. Com a mão ela me protege. A sensação é de ser intransponível, imortal. Símbolo da proteção divina.
É uma querida criança que te transporta para outro mundo. Coisas que transcendem. Como eu queria abraçar aquele anjo! Estou mais perto do céu! Mas, sabia que ainda não era hora. O serafim tem que estar à vontade. Estou de cheio de vícios, defeitos, impuro, é preciso limpar a alma. Há todo um processo de purificação pela frente e só a convivência irá tornar-me digno.
Mas, ao contrário do que se pode imaginar, já tive meu dia feliz, fui presenteado num só dia com um pedido de dar as mãos e até olhares cúmplices. O que mais posso querer? Já estou envolto em nuvens. Passarei os próximos dias arrebatado, protegido e iluminado.
Estou emocionado.
Foi meu melhor presente. Que sejam permitidas novas as trocas e benções do anjo. Sinto-me agraciado pela oportunidade de conhecê-la!
quinta-feira, 7 de junho de 2007
quarta-feira, 6 de junho de 2007
Dilacerações
Ó carnes que eu amei sangrentamente,
Ó volúpias letais e dolorosas,
Essências de heliotropos e de rosas
De essência morna, tropical, dolente...
Carnes virgens e tépidas do Oriente
Do Sonho e das Estrelas fabulosas,
Carnes acerbas e maravilhosas,
Tentadoras do sol intensamente...
Passai, dilaceradas pelos zeros,
Através dos profundos pesadelos
Que me apunhalam de mortais horrores...
Passai, passai, desfeitas em tormentos,
Em lágrimas, em prantos, em lamentos,
Em ais, em luto, em convulsões, em cores...
Cruz e Sousa
“Ode” à mulher
Ela é uma filha para que possamos dar-lhe carinho, ternura, proteção e conselhos.
Personifica uma amante ao desfrutar dos prazeres, das carícias, abraços e beijos ardentes.
É como a mãe ao te aconchegar nos momentos mais duros e o lugar onde chorar nas tristezas.
Simboliza a amiga para compartilhar segredos, sonhos e planos.
A mulher é essa alma e corpo onde quero me abrigar e construir um ambiente de felicidade, amor, paz e harmonia.
Amo a mulher e suas múltiplas facetas.
Poderia o título ser: "homenagem à mulher", "tributo à mulher", "menagem à mulher", "laurel à mulher", mas seria muito pouco pela importância que ela tem.
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Resenha do Livro "Marx: Vida & Obra" de Leandro Konder
Primeiramente, apesar do título Resenha o escrito abaixo não segue exatamente o modelo de uma análise crítica ou similar.
Estão presentes na obra, mesmo que só por menção (em ordem cronológica): Homero, Shakespeare, Wyttenbach (professor), Eduardo Gans (professor), Bruno Bauer, Hegel, Spinoza, Kant, Leibniz, Aristóteles, Epicuro, Friedrich Köppen, Arnold Ruge, Pierre Joseph Proudhon, Rousseau, Montesquieu, Maquiavel, Feuerbach, Adam Smith, David Ricardo, James Mill, Friedrich Engels, Mikhail Bakunin, Egbert Bauer, Henri Chambre, Augusto Blanqui, Wilhem Wolff, Fernando Lassalle, Cervantes, Calderón, Ésquilo, Wilhelm Liebknetch, Dante, Balzac, Paul Lafargue, Otto Meissner, Giddy, Lecomte, Max Stirner, Augusto Bebel, Wilhelm Bracke, Laplace, Leibniz, Descartes, Plekhanov, Mehring, Vladimir Ilitch Ulianov, Georg Lukács, Antonio Gramsci, Heidegger, Jean-Paul Sartre, Jean Lacroix entre outros.
O livro é dotado de pequenas subdivisões que vão desde assuntos pessoais a questões sobre comunismo e capitalismo, passando por personalidades. Tudo debatido por Marx.
Marx viveu uma vida pobre, sempre à beira da miserabilidade, muito por conta de seus ideais. Várias tragédias se abateram sobre ele, por conta de sua conduta e por fatalidades, perdeu alguns filhos ainda muito novos. Um em especial, Edgar, apelidado Mush com nove de idade em 1955, um dos maiores abalos em sua vida.
Do alto de sua ignorância e limitada inteligência sua mãe Henriette Marx, dizia que ao invés de se preocupar em escrever sobre o capital, ele devia ter se dedicado a ganhá-lo. Lendo o livreto se compreende bem esta visão da Sra. Marx.
Ao ler a narrativa contida no livro, finalmente, pode-se até dizer que se sabe ao menos o que é o marxismo e como foi constituída a ideologia do revolucionário alemão. Ou seja, quando houver uma discussão sobre os pensamentos de Marx, o escrito decerto te dará uma visão mais ampla ao invés de ficar naquela mera noção. É essa sensação que se tem ao ler o volume.
Num método dinâmico e leve, diria muito leve em face da complexidade dos assuntos abordados, Konder traz muita informação condensada sobre o filósofo em pouco mais de 150 páginas. Os textos ora romanceados, ora explicativos conseguem prender o leitor diante de um tema considerado enfadonho. Apesar de ser um livro curto, existem muitas informações importantes para o reconhecimento do pensar do grande gênio Marx.
Que um dia eu me destine a ler O capital, obra máxima do cientista social e que então possa, depois dessa leitura, ter bases para entender muito mais sobre o que se passava na cabeça do grande pensador que até hoje, passados mais de um século de sua morte (14 de março de 1883) continua a ser amplamente discutido.
Ao final, o livro destaca as principais obras de Marx e relações para pesquisa.
Algumas referências: Introdução à crítica da filosofia do direito de Hegel; Manifesto comunista; As lutas de classe na França de 1848 a 1850; O 18 brumário de Luís Bonaparte; Introdução geral à crítica da economia política; Fundamentos da economia política; Contribuição à crítica da economia política; O capital; Teorias sobre a mais-valia; Trabalho assalariado; Salário, preço e lucro; Crítica ao programa de Gotha.
Veja também: Frases de Marx
O prato
- O que há contigo?
- Querida, não gostei desse prato.
- Meu amor, comprei-o porque me identifiquei muito com ele.
- Ele não tem nada a ver com você.
- Tem sim, me remete ao passado.
- Parece frágil.
- Não é, pode ir até ao forno, tem essa aparência, mas não o é.
- Então, que você o use, não me inspira confiança, parece que vai soltar um pedaço.
- Está com ciúmes de um prato?
- Claro que não.
- Tá bom, vou jogá-lo fora, o que mais me importa nessa vida é você.
- Eu te amo.
domingo, 3 de junho de 2007
Quando Eu
Quando eu não te tinha
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo.
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima ...
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor -
Tu não me tiraste a Natureza ...
Tu mudaste a Natureza ...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.
Fernando Pessoa (heterônimo: Alberto Caeiro)
quarta-feira, 30 de maio de 2007
Marx: frases e idéias
“O homem feliz é aquele que faz os outros felizes” aos 17 anos;
“Obstáculos e dificuldades impõem ao homem um destino nem sempre desejado” aos 17 anos;
“A liberdade número um para a imprensa consiste em não ser ela uma indústria.”;
“A teoria também se transforma em uma força material quando se apodera das massas.”;
“As religiões, em geral, são um protesto contra a vida insatisfatória que é dada aos homens.”;
“O desenvolvimento do trabalho criador aparece, assim, aos olhos de Marx, como uma condição necessária para que o homem seja cada vez mais livre, mais humano, mais dono de si próprio.” – Leandro Konder;
“A classe que exerce o poder material é, ao mesmo tempo, o seu poder espiritual dominante.”;
“Em sua ascensão, o proletariado prepara a instauração de uma nova sociedade, na qual a propriedade privada e a divisão social do trabalho tendem a se extinguir.” – Marx por Leandro Konder;
“O comunismo não retira a ninguém o poder de apropriar-se de sua parte da produção social; suprime apenas o poder de, por meio dessa apropriação, explorar o trabalho alheio.”.
Fonte: Marx: Vida & Obra (KONDER, Leandro)
Veja também: Resenha do Livro: Marx: Vida & Obra
terça-feira, 29 de maio de 2007
Carta aberta ao meu amor – primeira versão
Saiba meu amor que sempre a terei com uma boa lembrança por mais que tenhamos terminado de forma brusca e estúpida. Que guardarei nossos momentos mais lindos em minha memória. Que meu coração sempre palpitará diante de sua presença e que minhas pernas sentiram a emoção de forma incontrolável e trêmula.
Lembre que sempre fiz de tudo para te trazer uma imensa alegria e que meu maior presente foi olhar para você e vislumbrar seu sorriso. Que ao olhar para seus olhos transmiti a mais imensa ternura que senti por você. Sempre a tratei como um bibelô e mulher, como a pessoa mais importante do mundo. Que meus pensamentos deslizavam por todo o dia – com pequenas interrupções – ao seu encontro. Perpetuamente és razão do meu viver, pois em tu estava a maior parte das minhas alegrias, a de fazer alguém feliz.
Que também, mesmo diante dos piores momentos de nossa relação - infelizmente impossíveis de esquecer - suas gargalhadas e seus prazeres demonstrados em estar comigo estarão sempre no meu íntimo muito maiores do que qualquer coisa. Saiba que se existe um amor verdadeiro e que ele possa ser traduzido eu o demonstrei todo a você. Este sentimento foi dado em cada instante de carinho, de desejo e das mais infinitas carícias. É claro, não sou perfeito e tive meus momentos de ser humano e de desequilíbrio, mas peço que os releve, pois o que estava dentro de mim sempre foi o meu amor por você. E que a maior dessas demonstrações foram em estar contigo e não com outras mulheres em busca de prazer ou de sexo fácil. E nisso pensei sempre como mulher, o meu desejo esteve sempre ligado ao carinho e ternura que senti por ti.
Lógico que um pouco de perversão passou pela minha cabeça e como ser imperfeito olhei para muitas mulheres com maldade sexual, animal e de macho. Mas, que também nada me moveu mais forte do que estar junto a ti. Óbvio é que desejei mulheres, mas nunca com a intensidade dedicada a você. Minha doação a você foi total,
às vezes pronunciada como uma caixa de bombom, um presente ou flores fora de hora ou simplesmente com palavras queridas e frágeis vindas na minha boca. Palavras vindas juntas com atos de extrema entrega, sensíveis e eternas.
Perceba que cada momento em que me viu sorrindo todo o meu corpo o acompanhou. E com a irradiação destes momentos, sou capaz de jurar que poderia se iluminar até a mais longínqua galáxia tal a energia expressa nesses instantes.
Lembre-se que sempre a amarei em meus mais recônditos sentimentos e por mais que tenhas de alguma forma me magoado terei somente aquilo de bom que tive contigo. Tudo impresso em meu ser.
Contos Contíguos – capítulo III – Guilherme
Guilherme era alto, moreno, forte. Seus pais sempre o forçaram a ser médico, diante da insistência em não seguir a carreira, abriram mão até em favor da advocacia e da engenharia. Mas, não houve jeito Gui queria ser administrador.
O pai achava que seguir administração era para ricos ou para quem nada queria fazer ou ainda por quem não sabia por onde seguir. Farmacêutico frustrado, pois tentou a medicina. Mas, além do valor intelectual não ajudar muito, a carreira exigiria um investimento que dispunha já que vinha de família pobre. Não desejava o mesmo para os netos, já passara muita dificuldade na infância e adolescência. O filho optando por outra carreira o desapontou fortemente e quase o pôs para fora de casa. Fora muito rígido com ele e desde o conhecimento da opção dele jamais o tratara da mesma forma. Foi diante desse panorama que o jovem seguiu sua vocação, como ele mesmo dizia a todos.
Lutou muito para conseguir seu primeiro trabalho, conseguiu, tempos depois de seus colegas de faculdade e de ginásio, um pequeno estágio. Nessa própria empresa era meio desacreditado como profissional, não havia feitos cursos extracurriculares e isso o punha em desvantagem em relação aos outros. Seu maior mérito era o brilho dos olhos e uma perseverança fora do comum. De família judia, porém pobre, coisa rara, Gui sempre teve grandes ambições. Levou a sério consigo a missão de ter muito dinheiro.
Mulherengo sabia como conquistar as meninas, seu porte e sua aparência e olhos azuis ajudavam. Aliás, foi assim que conseguiu sua primeira grande chance, paquerou uma mulher bem mais velha de uma grande empresa. Ela teve papel fundamental nessa escalada, pois além de lhe avisar sobre um processo seletivo pouco divulgado deu-lhe uma “forcinha” nas entrevistas. Pouco antes de sua contratação ela disse-lhe: “Faça sua parte que eu te coloco lá dentro”. Depois saíram algumas vezes, mas ela já calejada notara que ele não era homem para algo mais sólido. A diferença de idade, doze anos, não fazia tanto peso, mas Guilherme queria outras coisas.
Anos mais tarde, o rapaz já estava numa posição de relativo destaque no mercado e traçava todas as meninas. Sabia que o dinheiro, o carro e o apartamento recém-comprado faziam bem o papel para que as moças o desejassem, e valia-se disso.
Mas, isso foi até o dia que conheceu Marina. Ela surgiu por acaso em sua vida, fazia muito tempo que tentava na academia que freqüentava conquistar uma loirinha, pequena e muito bem torneada. Sempre que olhava para sua bundinha ficava louco. Mas, eis que em uma dessas festas que algumas academias promovem, ele foi na intenção de finalmente encontrá-la. Achava que tinha mais chances fora daquele ambiente viciado. Contudo, em meio a uma multidão procurou-a, encontrou-a, mas junto também achou a amiga dela, a Marina. Na verdade, um grupo inteiro de mulheres maravilhosas. Entretanto seus olhos pararam nela. Foi com tudo para cima, e alguns momentos de resistência depois ele já a estava beijando. Não fora um ósculo apaixonante, mas o prazer pela conquista falara mais alto. Mari era alta, loura, olhos azuis assim como os seus e chamava muito a atenção pelo sorriso claro e límpido. Simpática e inteligente, também era uma boa conversa para horas. Engataram um relacionamento de três anos.
Mas, todos nós pensamos que a priori serão tudo maravilhas no relacionamento. Infelizmente não, após o primeiro ano seus contatos esfriaram, na verdade nunca nada fora intenso. A relação sexual entre eles era confusa, ela nunca o procurava e às vezes à noite parecia que se conflagravam verdadeiros estupros. Havia o consentimento dela é claro, mas sem nenhuma ponta de desejo. Ele tão caloroso, se via frustrado. Gostava muito de sexo e aquilo o incomodava. Sentia um carinho enorme por ela. Mas sua vida tinha se alterado completamente depois dela. Sua carreira continuava em alto estilo – até melhorara – mas a insatisfação tomava conta. Outra coisa que não gostava naquele relacionamento era a falta de vontade dela em ter filhos no futuro. Contudo, isso achava que poderia ser alterado mais para frente, pois até a família dela o apoiava. No entanto a escassez de sexo o afligia cada vez mais. Tentava fugir das tentações como medo de magoá-la, mas não havia jeito, tinha que dar vazão àquele desejo carnal. Demorou a praticar o primeiro “adultério” – não eram casados, mas viviam juntos. Somente após mais ou menos vinte meses a traiu pela primeira vez, e foi com aquela gerente que a tinha dado uma ajuda em seu primeiro grande emprego – mantinha sempre os bons contatos.
Depois daí passou a buscar outras e a freqüência aumentou até que se decidiu a desfazer do que o estava incomodando tanto. Após várias conversas, não tão diretas, mas que o foco era sempre a exigência da presença dela e escapadas pela tangente por conta de Mari, ele decidiu mudar o rumo de sua vida. Largou-a muito ressentido, mas buscou seu prazer. Não podia viver com uma mulher que não o completasse como homem. E que a seu ver era a mais fugidia das mulheres que encontrara em toda a sua vida. Terminou o “namoro” e foi ter-se com uma paulistana fogosa. Entretanto, não deu certo, essa nova mulher era só sexo, e muito bom – toda vez agradecia aos céus. Que seja dito, as conversas pouco existiam. A outra coisa que o prendia a ela, era a exuberância de seu corpo e rosto era de parar o trânsito. Isso o fazia bem, dava-lhe orgulho. A propósito, Guilherme desde sua grande ascensão profissional fora tomado por uma soberba que o atrapalhou de ver o mundo de uma forma mais isenta. Seu mundinho se restringiu a ternos, carro, dinheiro, festas, restaurantes caros e esbanjar. Foi o seu maior erro, pois apesar de ganhar muito, seu patrimônio pouco fora aumentado em todos os últimos anos.
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Proliferação
Estamos diante de uma praga. Ela se alastra sem alarde. Todo mundo vê, mas ninguém se mobiliza para acabar com essa perspectiva. Assunto de alta gravidade, que mudará para sempre nossa cultura, costumes, nossos cotidianos e tarefas do dia-a-dia.
Já se percebe a afetação, pessoas esquálidas, parecendo - e perecendo – vindas de campos de concentração. Seus cheiros se proliferam. Luzes ofuscantes. Estão dominando as ruas.
Incrível como ninguém se mexe. Decerto o dinheiro que rola por detrás desses empreendimentos sustenta o panorama. São várias. Grandes empresas estão envolvidas. O governo não se movimenta. A alimentação das pessoas escasseia.
O comércio se amedronta. Seus espaços são ocupados. Onde antes havia uma padaria, lá estão eles. Lojas são fechadas. Lugares são tomados.
É violento o movimento de conquista.
Em Brasília, certa vez vi que uma rua já tomada. Nada foi feito e ainda hoje continua como dantes. Mesmo a imprensa jogando seus focos para centros como Rio de Janeiro e São Paulo, onde também incidem, não se dá conta do movimento. A invasão é real. Esta aí.
Mas, o que parece uma ação única não é. Tem o consentimento da população que abastece os invasores. Seria então causa dos próprios cidadãos que se rendem a eles.
Razão vista por causa de seus hábitos? A cultura está contaminada. Não há relaxamento dos conspiradores.
Estão por toda parte. Abra sua janela e veja você mesmo. Quantas farmácias ou drogarias consegue avistar? É o tipo de estabelecimento comercial que mais se prolifera. Qualquer dia desses vamos acordar e dar de cara só com farmácias. Será o fim dos tempos!
A atividade só faz crescer retroagir nunca, retroceder jamais. Ou alguém já presenciou um fechamento de uma drogaria? São iguais a filhotes de pombo, ninguém nunca avistou um.
Os domínios poderão ir até além do que se imagina, o poderio poderá ser absoluto.
Já imagino uma entrevista para um emprego:
- Quantos remédios o senhor toma por dia?
- Quatro
- O senhor não acha muito pouco?
- É?
- Não sabe que o recomendado são doze?
- Desculpe, não sabia.
- Solange, mande entrar o próximo.
Um aperto de mãos e um adeus, aquele candidato está eliminado.