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quarta-feira, 13 de junho de 2007

Ele


Snow Lovers - Ernst Haas
Toda vez que eu o encontro ele me pega em seus braços. Faz de uma maneira que eu me sinto protegida, envolvida. Seus abraços são fortes. Os beijos são, ora suaves, deslizando nos meus lábios os seus, ora intensos e profundos. Sempre que nos encontramos, fecho os olhos e tenho vontade de me entregar. Ele me diz linda. Em seus olhos leio a ternura e carinho que tem por mim.

Podemos estar em qualquer lugar, mesmo no meio da rua, pouco resisto às suas investidas. Aos poucos, depois de alguns poucos minutos, estou lá eu, em novo estado, excitada.

Estou quente e meio que embriagada. Tenho vontade enorme de ficar, ficar, ficar... Permanecer ali, juntos.

Num breve instante ele me faz tão bem. Primeiro o ego, depois o meu lado mulher, antes adormecido. Me vem um desejo de estar a sós com ele. Num quarto, mesmo que só abraçadinhos. Imagino assim, nua e envolvida ou o envolvendo mesmo que sem fazer mais nada, só curtindo o momento. E pensar que eu nem gostava tanto de ficar de “conchinha”. Mas, com ele isso muda.

Ao mesmo tempo em que sonho com esse momento, sei que depois, as coisas são mais agitadas. Entramos devagarzinho no quarto, mas daqui um tempo, ficamos mais e mais estimulados. A hora de aparente tranqüilidade se esvai. Tentamos, nem sei porque nos segurar, pois acabamos arrebatados. Percebendo o momento íntimo sem travas, sozinhos, com nada a nos perturbar quero-o logo dentro de mim. Num quarto nossa lascívia se faz presente. Dou muito tesão nele.

É muito bom tê-lo em mim. Sou preenchida. Ele vem ora brando, ora forte. E encosta lá no fundo. É um misto de dor e prazer. Algumas vezes me perco, e enlouquecida me mexo sem parar. Esfrego-me nele. As pernas ficam desorientadas e vão desarrumando a cama já mal feita. Os braços o apertam, as unhas por vezes em um descontrole lhe riscam suas costas. A boca pede em algumas ocasiões beijos, em outras morde-o com vontade no braço. Deixo-lhe com marcas roxas. Brinco e digo que é minha marca registrada. Meus gozos sempre tão complicados e difíceis agora mais comuns. Não mais esperava ter novas sensações como estas.

Na cama, brincadeiras se sucedem, ele me toca e me estimula, é algo intenso. Retorço-me, clamo por parar, mas quero mais. Foi-se a moderação, receio machucá-lo. Ele pede mais descontrole, xingo-o de desgraçado. Falta-me o chão naquele segundo. Estou em suas mãos. Tenho verdadeiro pavor de me sentir entregue.

Gosto muito dele, sinto-o como uma pessoa de boa índole, mas tenho medo, muito medo. Seus toques, seu sexo, suas intervenções me atordoam, não posso ficar na mão dele! Mas, ele pede: "solte-se, se descontrole, eu quero muito você".

Por vezes realmente entro num frenesi. Faço amor de maneira ensandecida, sou fogo e ardo. Ele se esgueira, mas com um sorriso, mostra que está gostando do que vê. Sinto-me inteira, mulher. Mulher como faz muito tempo não era. Olho para os espelhos, no teto e à frente e reparo nos seus movimentos, no seu corpo. Agora também sou uma voyeur. Ele me penetra, faz movimentos, circulares, lentos, rápidos... Me deixa em tensão. Vez por outra dá uma estocada mais forte e extensa daquelas que me rasgam. Sinto-me pequena para ele. Seus suores me caem nos olhos, mas não incomodam.

Agora tenho vontade de deslizar minha boca pelo seu corpo, pelo seu sexo, e bem sei que poucas vezes me senti tão à vontade com isso.

Nossos momentos são curtos, mas intensos, em poucas horas nos engalfinhamos, nos entrelaçamos. Gostamos de ficar abraçados. Os abraços, no entanto são pequenos instantes, pois lá está ele novamente a me provocar. Aliso-o e já estamos novamente... Pouco a pouco nos cansamos.

Nossa química é boa ou será perfeita? É verdade que ainda nos tateamos, pois pouco nos exploramos. Estamos nos conhecendo. Entretanto, alguns toques já indicam alguns atalhos decifrados, muito falta, porém. Está tudo maravilhoso. Por que me sinto assim com ele? Quero me conter e não consigo. Meu desejo por ele, o carinho e a vontade de querê-lo bem me conquistaram.

Sei que ele é um bom homem, e que não irá me machucar, mas a sensação de desgoverno me assusta. Mas, é claro que em mais algum tempo irei me soltar, pois sei que assim poderei dar-lhe mais prazer. Estou completa.

Nos divertimos, ele é meu homem, carinho e bem-querer.

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