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terça-feira, 27 de julho de 2010

Tomado

A pele macia, no toque a vibração do coração, a taquicardia decorrente da proximidade de um maior contato mais íntimo lhe causava suores. Seu corpo reagia de maneira aparentemente desordenada, a cena tomava conta de seus pensamentos e suas ações, tremia ao mesmo tempo que sua cabeça só elaborava o próximo passo. Avançava cautelosamente, suas mãos percorriam as pernas até chegar à curva das nádegas. Olhava atentamente em êxtase o seu o objeto de desejo. Em harmonia estavam as curvas, os pêlos quase transparentes, a marca de biquíni que contornava o delinear dos músculos e a pele. O branco onde o Sol havia sido bloqueado fazia parecer que o delimitar corpóreo era ainda mais perfeito. Vinha da altura do fim das costas aberto e ia fechando se mantendo eqüidistante dos glúteos até que abruptamente fechavam e se perdiam no vão. À frente, os pêlos pubianos em parte raspados, concluíam somente uma faixa retangular que ia descendo até alcançar o sexo. Aparentava tudo programado para seduzir e alucinar quem a contemplava.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Assassino

Sou assassino. Andando perdido pelas vielas, olhando desconfiando de todos e desejando sangue. Desvio-me para outro lado, e num gesto mais áspero, olho aquele e já o odeio e quero o morto. Tenho pena dos que atravessam a minha frente, pois morrerão como moscas. A vida deles não tem valor algum para mim. Até mesmo eu surpreendo-me com a frieza dos meus atos. Na verdade nem sei o que pode passar pela cabeça daqueles que depois se arrependem. Muito menos os que questionam os assassinatos hediondos. Para mim é tudo igual. Imagino o que de fato passa nessas mentes, penso ser tudo normal, matar e comer é tudo a mesma coisa. Eu mato. Para depois fazer qualquer coisa, mesmo encontrar uma criança e acariciar-lhe como se fora eu de boa índole. Quem de fora não repara e nem percebe a mente calculista e exterminadora, aquela que não tem remorso. Vê como assim como qualquer outro. Puxar o gatilho, sacar uma faca, dar uma paulada e olhar a vítima sem o menor sentimento, assim sou. Saiam da frente se quiserem sobreviver.

A morte anda ao meu lado e junto comigo sempre esteve. Compaixão, não existe se quero matar, mato e pronto nada sinto a seguir. Sou assassino. É minha natureza, nasci desse jeito, no começo estranhei porque os outros acham matar um ato bárbaro. Tratei de não tocar no assunto e prestei atenção para ser politicamente correto e encobrir os meus desejos de morte. Após as primeiras mortes cheguei a pensar que fosse aparecer aquele tal remorso que outros elucubram, mas nada veio, pelo contrário a satisfação crescia cada vez mais. Quanto mais eu odiava alguém, mas prazer eu tinha, principalmente no dia seguinte, e vinha-me um sorriso indisfarçável no canto da boca. Lembrava do corpo, dos olhares de pavor dos que sabiam que iam morrer. Mas, na maioria das vezes a morte abraçou minhas vítimas pelas costas, com pistolas, metralhadoras, facas e barras de ferro. Ver o corpo cair sem movimentos, molenga, é interessante. Aquilo sem reação. Confesso que elaborar as emboscadas também sempre me excitou. Alguns planos bem elaborados, de tempo e ações. Os medos nos olhos deles também me deixam com uma vontade ainda maior. Na morte das mulheres ou nos fraldinhas o pavor normalmente é exacerbado e é incontrolável o êxtase no meu corpo. Os covardes aumentam mais o desejo de ir além e sacrificar eles até o fim. Gosto de caminhar no limiar da dor e do medo, na tremedeira deles, nas pernas bambas e até nos que se urinam. O riso vem de imediato, e o choro aumenta e vem a súplica. Dá vontade até de matar mais, de matar duas vezes pena que isto não é possível, pois algumas mortes são imperdíveis. Já pensei até em gravar, mas ficaria monótono. Meu trabalho é esse matar e não deixo rastros, minha “coleção” já passa dos quinhentos, acho que estou perto dos mil. Vez por outra vou ao enterro de um destes só para ver se tem algum que eu queira matar só por esporte. Pois é diversão também. Outro dia comecei a perceber que “tenho” jazigos próximos, um do lado do outro. Queria fazer uma fila. Infelizmente quando se mata da mesma família, o jazigo ou é o mesmo ou ficam longe.

É incrível também como meu nome nunca apareceu na mídia, também pudera, quem iria ia desconfiar de um homem como eu. Certinho, caridoso e de boa família. Quase um exemplo. Sem falar que algumas mortes sequer têm alguma ligação comigo. Escolho, sigo de longe e se não for naquele dia, da semana não passa. É na maioria das vezes ao acaso. Rio no dia seguinte, com os policiais atordoados sem saber por onde procurar, buscando quem tem motivos. Não preciso de motivos! Por isso é tão complicado chegar até mim. Além disso, jamais executo perto de onde moro. Prefiro os subúrbios. Lugares onde possa me misturar sem ninguém perceber que não sou dali. Sou assassino, o melhor. O melhor do mundo. Crimes sem solução. Meu instinto é matar, destruir o que há de ruim, aquilo contrário as minhas vontades, o que está contra mim. O ódio toma conta do meu corpo e da minha alma, os pelos se eriçam, o sangue ferve e a vontade cresce. Aquele será minha próxima vítima. Gosto de olhar bem nos olhos, daquele que será cadáver, antes de matá-lo, quanto mais valente melhor, faço o mijar em suas calças, se tremer todo, encosto-lhe o ferro em sua fronte, no peito e até no ânus. O prazer de fazê-lo sentir medo, desespero, jamais algum conseguiu fugir após uma destas torturas psicológicas. O humilho e trago-o para um mundo desconhecido, alguns acham que são machos, mas não são totalmente até me encontrar e morrer.