Hoje, 28 de junho foi publicado, o texto: “No mar da tranqüilidade” no site Comunique-se, seção Literário.
Para acessar diretamente o texto* clique aqui
Ou então, veja-o aqui
* necessita de cadastro no site
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Comunique-se - Vale a pena ler de novo
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Perfeitos um para o outro – Parte I
Na penumbra, abraçados, se avistavam no espelho do teto. O casal de médicos, conhecidos de longa data, estava esgotado. Fora uma intensa e às vezes selvagem união completa dos corpos que sempre os deixava felizes, com ares de paixão, carinho e amor. Nesse momento admiravam um ao outro refletidos e as carícias aconteciam suaves. Encaixados, ainda suavam com o calor de alguns minutos de intensa troca de beijos, abraços e movimentos libidinosos. Mais que a felicidade do momento eles percebiam o quanto se gostavam e como o ato entre os dois era perfeito. Fazia pouco mais de um mês que se aventuraram em suas primeiras experiências buliçosas e já se encontravam muito bem na cama. Como jamais havia se visto.
sexta-feira, 22 de junho de 2007
Sangrento
Avistava o paredão incólume.
Mal havia espaço para o céu.
As luzes desviavam para não se chocar.
Lá embaixo o mar borbulhava.
Criaturas noturnas povoavam
O lugar entre as penumbras.
Uma ponte se alçava em arco.
Carros e seus faróis passavam
E iluminavam a estrada seca.
Bambus atraíam morcegos sangrentos.
Uma ruela e um riacho se encontravam
Ali, por onde meu amor passou sozinha.
Suas carnes estavam agora espalhadas
Pelo chão de terra, frio e sem emoção.
Um lobo a atacara até ela desfalecer.
Depois separou suas juntas e pele.
Seu sangue ainda escorria quente
Correndo para as pedras mais adiante
Um manto foi colocado e uma reza feita.
Ali jaz a prima-dona ruiva de voz grave
Suas roupas espalhadas davam a noção
Da batalha que ali acontecera, fugaz.
quinta-feira, 21 de junho de 2007
Comunique-se
No dia 21 de junho foi publicado, o texto: “Dois elevadores” no site Comunique-se, seção Literário.
Para acessar diretamente o texto* clique aqui
Ou então, veja-o no blog Nas Linhas
* necessita de cadastro no site
Devaneios
Conheci-te numa beira de estrada
rodopiando seu vestido azul.
Seus olhos igualmente azuis me mostravam
o mar que nunca tinha visto.
As águas bravias buscavam
brechas entre as rochas.
Ao fundo se ouvia o trovão e o relâmpago
iluminando a noite celeste.
Queria-te naquele momento
para encher meu coração de ternuras.
Perdido em meio ao nada
de sentimentos e imagens belas.
que só você as poderia trazer
para mim de maneira serena.
As montanhas eram sombras
e as árvores fantasmas.
povoavam meus medos mais
secretos de infância.
A areia se via ao longe dando
um contorno suave à paisagem.
Suas longas madeixas louras,
lisas e brilhantes me ofuscavam.
nos meus mais loucos desejos
de tocá-las e carregá-las.
contra o meu rosto já marcado
pelo duro modo do ser selvagem.
Suas formas desenhavam silhuetas
na parede e no chão.
As curvas se delineavam de forma
abrupta na cintura e quadril.
Todas elas criavam em minha
mente mensagens subliminares.
Das que não se esquecem nem em
todas as vidas que nos vêm.
terça-feira, 19 de junho de 2007
Escravo
Sou seu escravo. Do que precisares estarei a seu dispor. Se careceres ouvir palavras carinhosas te direi sem que peça. Se necessitares de um ombro amigo para chorar te darei os meus. Querendo proteção, já te abrigo em meus braços. Desejosa de beijos, milhares serão dados. Abraços? Os mais intensos possíveis.
Por quê? Porque não resisto a você.
Se estiveres ardente em excitação te farei mulher, doce e forte no ato. De companhias para as compras, serei seu melhor acompanhante. Se precisares falar, esbravejar contra tudo, os ouvidos estarão pacientemente a postos. Diante de dúvidas e inquietações terá o melhor psicanalista.
Por quê? Porque não consigo ficar sem você.
Se sentires culpada após a sobremesa te falarei que não precisas se preocupar porque és linda. Se cansada após um dia duro de trabalho, massagearei suas costas e te farei relaxar.
Mas, se gostas de um homem mandão e que te faça submissa o terá com todo o vigor. Se quiseres alguém dominador, já o tem. Se tiveres vontades inconfessáveis que as diga, pois que serão escutadas e realizadas. Se com medo, serei seu maior protetor.
Por quê? Porque tentei te afastar de mim, mas desisti, pois você assaltou meu coração.
Você é o último amor da minha vida.
domingo, 17 de junho de 2007
Simplicidade
Ir ao museu e ficar abraçado admirando as obras de arte.
Surpreender sua amada com um buquê de rosas.
Andar despreocupado por um parque e comer um cachorro quente saboroso.
Elaborar planos de viagem.
Se enroscar deitados e nus.
Ouvir uma música de marcha calma ao som de violinos.
Ler uma poesia.
Parar por uns segundos e trocar olhares de carinho.
Admirar o movimento das ondas no entardecer.
Ir ao cinema e namorar.
Tomar uma água de coco à beira-mar em meio a conversas românticas.
Escrever uma mensagem que transmita emoções.
Caminhar pela orla e compartilhar a presença de uma criança alegre.
Ter uma tarde de intensos amores.
Almoçar juntinhos e dar-lhe um morango na boca.
Dar as mãos e puxar seu amor para um abraço repentino.
Tirar fotos de súbito de sorrisos espontâneos.
Fazer uma massagem.
Imaginar um café-da-manhã numa ilha.
É tão fácil ser feliz, para quê complicar?
O Cisne
Singraste no oceano da vida
Qual marinheiro a conduzir tua nau.
Escolheste entre marés ondulantes
Na incerteza da tua juventude
A sugestão d'um sopro de brisa a cantarolar.
Mas, vendo-te na caminhada escolhida
Que tantos heróis escreveram na história,
Antevejo-te a surgir em ondas espumantes
Esguio, porte altivo, como um cisne
Em berço esplêndido, a se destacar.
Na carreira que hoje abraças com calor
Marcando, vez em quando, uma renúncia,
Mas, quantos "louros" colherás, certamente...
Tens o brilho e o valor
Que os grandes homens distingue
E que a Marinha polirá ainda mais.
Marcando n'alma, profundamente,
As lembranças felizes que guardarás, vida afora...
E a honra, que não olvidarás, jamais!
Lêda Rau
sábado, 16 de junho de 2007
Uma visão geral sobre o livro: “A origem do capitalismo” – Ellen Wood
Ellen Meiksins Wood. A origem do capitalismo. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2001, tradução: Vera Ribeiro, 143 p.
Os modos contraditórios de se enxergar a origem do capitalismo
Introdução
Em sua primeira obra – um ensaio - lançada no Brasil – 2001 - a historiadora, crítica e editora Ellen Wood traz questionamentos sobre a suposta naturalidade do surgimento do capitalismo. Com a autoridade de recebido o prêmio Outstanding Academic Award da revista americana Choice, “A origem do capitalismo” coloca em debate e desconstrói mitos acerca do tema.
Desenvolvimento
Ao incluir referências de idéias passadas sobre a natureza histórica do sistema capitalista faz um retorno aos paradigmas aceitos. Em meio às discussões entre grandes pensadores de outrora, a autora inclui percepções, contradições, erros e acertos. Desde o início, percebe-se que Ellen entende que menções aos conceitos antigos se fazem necessários para entender as concepções e alternativas futuras ao meio econômico.
A partir de idéias dos intelectuais, a escritora se debruça sobre os conceitos anteriores à década de 1970 e compara sentenças solidificadas ao longo de décadas trazendo consigo as incoerências percebidas no presente. Diante do panorama apresentado pelo atual capitalismo a historiadora faz conjecturas e um acerto de contas com afirmações marxistas ou não.
Dotada de grande senso crítico, uma de suas acepções profissionais, Wood ora se aproveita de experiências antigas e confirmadas para incluir seus ideais, ora derruba julgamentos errôneos e os contrapõe com assertivas advindas de comparações com outros países, situações ou fatos. No desenrolar do texto, também se perfaz do que foi exposto e complementa com observações pertinentes.
De início, a escritora faz um apanhado das condições transistóricas a que foi exposto o tema. E inclui no decorrer dessa introdução referências às mais variadas visões em relação ao capitalismo. Mais adiante ainda assinala as novas tendências historiográficas a respeito do assunto.
Já envolta na temática, a historiadora, faz inclusões das versões já discutidas por grandes estudiosos do assunto de maneira a embasar melhor cada visão, introduzindo breves relatos e referências de onde vieram advieram tais idéias.
A autora expõe no livro que, ao longo dos anos, as várias hipóteses e pensamentos acerca do capitalismo foram aos poucos se aperfeiçoando. Faz figurar também as principais vertentes, e quais os pensadores que discutiram a temática. Vai construindo as idéias de modo frouxo, de modo que o leitor possa tirar as próprias conclusões. Não dá, portanto conceitos prontos ou assertivas de início. Apresenta a ideologia dos debatedores e inclui referências ainda que poucas sobre a origem de cada pensamento, conclusivo ou não. Aliás, neste começo, em raros momentos há algo definitivo acerca das questões mostradas, e quando há, nem sempre é tão acachapante ou relevante.
As propostas incluídas pelos principais estudiosos do assunto, são sim, na maioria das vezes contestadas por outros. Nesses, Ellen coloca em xeque cada uma dos caminhos auferidos por eles. Ao traduzir e confrontar idéias deles, a escritora deixa que se façam alguns breves pensamentos sobre o assunto, contudo, ela mesma não dá uma posição a favor ou contra cada autor debatido. Ficando desta forma, ao mesmo tempo sem conclusão e em aberto para novas conjeturas que devem a priori ser deixadas para quem está a ler.
Ao final de que cada debate, a sra. Wood, introduz uma breve perspectiva conforme a abordagem de cada autor estudado. Mais a frente, a autora ousa a incluir algumas definições mais fechadas sobre a temática, como por exemplo, o fato de a luta de classes ser central no processo de transição ao capitalismo. Algumas outras merecem destaque, como a idéia de que o capitalismo não é uma conseqüência natural e inevitável da natureza humana, mas sim um produto tardio e localizado de condições históricas muito específicas e, portanto um produto de suas próprias leis internas de movimento.
Ao final do livro, a autora, faz um apanhado geral do temas discutidos e nesses sim, faz assertivas definitivas sobre o capitalismo, suas causas, conseqüências e os seus contextos históricos. Faz também um breve relato dos efeitos da expansão dos imperativos capitalistas. É mister que ressalte o trabalho minucioso realizado pela historiadora, prova disto são as grandes quantidades de citações das mais variadas obras, todos com uma relação íntima ao texto e auferidos na conclusão da obra.
Conclusão
O livro é ingrediente indispensável a quem se aventura pelas discussões acerca do panorama em que se encontram os sistemas econômicos dominantes. Cabe, no entanto, fazer um alerta de que assim como a temática, os textos exigem conhecimentos prévios ou no mínimo uma pesquisa em paralelo. Com as referências em forma de notas ao fim da obra, tem-se um alicerce capaz de trazer à tona as respostas a quaisquer questionamentos possíveis.
O mp3 e as pessoas
Hoje, duas em cada cinco pessoas vão às ruas portando uma nova indumentária, o aparelinho de mp3. Uma nova tendência seguindo a já solidificada, a do isolamento cada vez maior dos seres humanos.
Estamos cada vez mais centrados em nós mesmos e mais ainda no dinheiro. Nossas razões de viver não estão mais na prosa descontraída. O contato com outros deixou de ser prioridade. Vivemos numa redoma construída por nós mesmos.
Não por acaso, os fones de ouvido antes se chamavam de “egoísta”.
Quanta saudade do homem que rodeava a Lagoa Rodrigo de Freitas caminhando e dando estúpidos bons-dias a quem quer que passasse.
No começo você estranhava, mas depois, até se antecipava no bom-dia e sentia satisfação nisso.
Era a troca. Troca de carinhos mesmo que com um estranho.
Não é por acaso que existe gente que conversa até com pássaros ou com qualquer outro animal. Com os humanos tá difícil.
Criação
Há no amor um momento de grandeza,
que é de inconsciência e de êxtase bendito:
os dois corpos são toda a Natureza,
as duas almas são todo o Infinito.
É um mistério de força e de surpresa!
Estala o coração da terra aflito;
rasga-se em luz fecunda a esfera acesa,
e de todos os astros rompe um grito.
Deus transmite o seu hálito aos amantes:
cada beijo é a sanção dos Sete Dias,
e a Gênese fulgura em cada abraço;
Porque, entre as duas bocas soluçantes,
rola todo o Universo, em harmonias
e em florificações, enchendo o espaço!
Olavo Bilac
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Nova York, Cidade dos “Todos”
Todos os doidos estão lá, todas as modas dão seu ar da graça naquele lugar, todas as raças, credos, nacionalidades aparecem por ali. Onde mais se encontram pessoas que saem correndo dos prédios já pela manhã? E donde vem aquela praticidade que lhes é familiar? Você, por acaso, em algum momento se deparou com as embalagens deles? São demais, tudo abre como um simples ziper. Sabe aquela guloseima que de tão mal embalada demora-se horas para abrir e quando abre caí tudo no chão e você morre de raiva? Pois é, isto é impensável nesta cidade. Todas as embalagens são simples.
Aliás, outra particularidade é que toda e qualquer cena inusitada se vê por lá. E o mais curioso é que todos fazem aquele olhar blasé, como se nada estivesse acontecendo. Pode-se encontrar numa esquina o Stomp dando um show, no meio da rua, em plena Times Square e tem-se a impressão que é a coisa mais normal do mundo. E que tal entrar numa boate e somente ser capaz, passados alguns minutos, perceber que está num salão de beleza?! E se do nada você se depara com uma loura linda totalmente nua protestando contra a venda de peles de animal em pleno e rigoroso inverno nova-iorquino? O que pensar de um local assim?
Lá, até mesmo o conhecido mau-humor dos sitiantes possibilita cenas incomuns, imagine um daqueles postes – a impressão que se tem é que todos os policiais têm mais de dois metros – fazendo poses ao direcionar o trânsito. E uns gays que saem com suas calças totalmente transparentes usando calcinhas vermelhas por baixo? Impossível não chamar a atenção não é? No entanto, depois de um tempo, você acostuma, pois estas cenas são mais comuns do que se idéie.
Lembra daquele maluco corredor? Pois é, a vontade que tive no primeiro dia, logo ao chegar, foi parar o sujeito que saía correndo pela portaria e perguntar: “Hei, aonde se vai com tanta pressa?” ou ainda “Você também corre dentro elevador ou veio mesmo pela escada?”.
Outra, tem uma pizzaria fast-food na Rua 34 em que o atendente nunca espera você pensar no seu pedido. Titubeou por um segundo, ele dispara: “next”, ou seja, bobeou, volta para o fim da fila. Na hora dá vontade de soltar um palavrão, mas a cena é tão cômica que você se vê lá parado com cara de babaca e desanda a rir. O que fazer diante de um sujeito que nem pisca e berra “next” umas duas mil vezes por dia?
Esta é Nova York, uma cidade levada a sério por todos, mas hilária com todos,... Todos estes nova-iorquinos, todos loucos.
Publicado em 4 de setembro de 2006 no site Comunique-se
Link direto (nem sempre funciona)
Ele
Toda vez que eu o encontro ele me pega em seus braços. Faz de uma maneira que eu me sinto protegida, envolvida. Seus abraços são fortes. Os beijos são, ora suaves, deslizando nos meus lábios os seus, ora intensos e profundos. Sempre que nos encontramos, fecho os olhos e tenho vontade de me entregar. Ele me diz linda. Em seus olhos leio a ternura e carinho que tem por mim.
Podemos estar em qualquer lugar, mesmo no meio da rua, pouco resisto às suas investidas. Aos poucos, depois de alguns poucos minutos, estou lá eu, em novo estado, excitada.
Estou quente e meio que embriagada. Tenho vontade enorme de ficar, ficar, ficar... Permanecer ali, juntos.
Num breve instante ele me faz tão bem. Primeiro o ego, depois o meu lado mulher, antes adormecido. Me vem um desejo de estar a sós com ele. Num quarto, mesmo que só abraçadinhos. Imagino assim, nua e envolvida ou o envolvendo mesmo que sem fazer mais nada, só curtindo o momento. E pensar que eu nem gostava tanto de ficar de “conchinha”. Mas, com ele isso muda.
Ao mesmo tempo em que sonho com esse momento, sei que depois, as coisas são mais agitadas. Entramos devagarzinho no quarto, mas daqui um tempo, ficamos mais e mais estimulados. A hora de aparente tranqüilidade se esvai. Tentamos, nem sei porque nos segurar, pois acabamos arrebatados. Percebendo o momento íntimo sem travas, sozinhos, com nada a nos perturbar quero-o logo dentro de mim. Num quarto nossa lascívia se faz presente. Dou muito tesão nele.
É muito bom tê-lo em mim. Sou preenchida. Ele vem ora brando, ora forte. E encosta lá no fundo. É um misto de dor e prazer. Algumas vezes me perco, e enlouquecida me mexo sem parar. Esfrego-me nele. As pernas ficam desorientadas e vão desarrumando a cama já mal feita. Os braços o apertam, as unhas por vezes em um descontrole lhe riscam suas costas. A boca pede em algumas ocasiões beijos, em outras morde-o com vontade no braço. Deixo-lhe com marcas roxas. Brinco e digo que é minha marca registrada. Meus gozos sempre tão complicados e difíceis agora mais comuns. Não mais esperava ter novas sensações como estas.
Na cama, brincadeiras se sucedem, ele me toca e me estimula, é algo intenso. Retorço-me, clamo por parar, mas quero mais. Foi-se a moderação, receio machucá-lo. Ele pede mais descontrole, xingo-o de desgraçado. Falta-me o chão naquele segundo. Estou em suas mãos. Tenho verdadeiro pavor de me sentir entregue.
Gosto muito dele, sinto-o como uma pessoa de boa índole, mas tenho medo, muito medo. Seus toques, seu sexo, suas intervenções me atordoam, não posso ficar na mão dele! Mas, ele pede: "solte-se, se descontrole, eu quero muito você".
Por vezes realmente entro num frenesi. Faço amor de maneira ensandecida, sou fogo e ardo. Ele se esgueira, mas com um sorriso, mostra que está gostando do que vê. Sinto-me inteira, mulher. Mulher como faz muito tempo não era. Olho para os espelhos, no teto e à frente e reparo nos seus movimentos, no seu corpo. Agora também sou uma voyeur. Ele me penetra, faz movimentos, circulares, lentos, rápidos... Me deixa em tensão. Vez por outra dá uma estocada mais forte e extensa daquelas que me rasgam. Sinto-me pequena para ele. Seus suores me caem nos olhos, mas não incomodam.
Agora tenho vontade de deslizar minha boca pelo seu corpo, pelo seu sexo, e bem sei que poucas vezes me senti tão à vontade com isso.
Nossos momentos são curtos, mas intensos, em poucas horas nos engalfinhamos, nos entrelaçamos. Gostamos de ficar abraçados. Os abraços, no entanto são pequenos instantes, pois lá está ele novamente a me provocar. Aliso-o e já estamos novamente... Pouco a pouco nos cansamos.
Nossa química é boa ou será perfeita? É verdade que ainda nos tateamos, pois pouco nos exploramos. Estamos nos conhecendo. Entretanto, alguns toques já indicam alguns atalhos decifrados, muito falta, porém. Está tudo maravilhoso. Por que me sinto assim com ele? Quero me conter e não consigo. Meu desejo por ele, o carinho e a vontade de querê-lo bem me conquistaram.
Sei que ele é um bom homem, e que não irá me machucar, mas a sensação de desgoverno me assusta. Mas, é claro que em mais algum tempo irei me soltar, pois sei que assim poderei dar-lhe mais prazer. Estou completa.
Nos divertimos, ele é meu homem, carinho e bem-querer.
terça-feira, 12 de junho de 2007
Sem título
Sempre quero te ver. Não me importa o que pensa de mim. Se acha que sou um bobo ou um objeto sexual. O que me interessa é estar contigo. Na chuva, por dois minutos somente, escalando uma montanha ou enfrentando dificuldades. O que realmente é importante é o que sinto por ti.
Se estiveres doente estarei ao seu lado. Se triste te trarei alegria. Caso precise de um professor lá estarei, de um amigo ou de um amante permanecerei por quanto tempo for preciso e sempre com a maior satisfação.
Troco três meses de cama por um minuto contigo. Por mais que eu possa parecer até piegas, o serei porque te adoro e tenho esse lado romântico incorrigível.
Sempre sonho com você. Penso no como é bom estar ao seu lado. E lembro de cada momento que passo na sua companhia. Instantes, segundos, minutos, horas, pouco interessa, pois a energia que será emanada me abastecerá por décadas.
É assim que sou, ou parte de como me traduzo.
Um amante apaixonado.
domingo, 10 de junho de 2007
Meu melhor presente
Conhecer pessoas é coisa corriqueira na vida de qualquer um. Mas, anjos não. Conheci um esta semana. Com tudo que tem direito, tais como se imagina, nem as asas faltaram. Essas, porém, nem todo mundo consegue ver. Só quem sente o toque de magia que o querubim te passa é que pode visualizá-lo alado.
Receber o carinho dele te transmite paz. Experimentar um olhar te faz sentir especial. O toque. Com a mão ela me protege. A sensação é de ser intransponível, imortal. Símbolo da proteção divina.
É uma querida criança que te transporta para outro mundo. Coisas que transcendem. Como eu queria abraçar aquele anjo! Estou mais perto do céu! Mas, sabia que ainda não era hora. O serafim tem que estar à vontade. Estou de cheio de vícios, defeitos, impuro, é preciso limpar a alma. Há todo um processo de purificação pela frente e só a convivência irá tornar-me digno.
Mas, ao contrário do que se pode imaginar, já tive meu dia feliz, fui presenteado num só dia com um pedido de dar as mãos e até olhares cúmplices. O que mais posso querer? Já estou envolto em nuvens. Passarei os próximos dias arrebatado, protegido e iluminado.
Estou emocionado.
Foi meu melhor presente. Que sejam permitidas novas as trocas e benções do anjo. Sinto-me agraciado pela oportunidade de conhecê-la!
quinta-feira, 7 de junho de 2007
quarta-feira, 6 de junho de 2007
Dilacerações
Ó carnes que eu amei sangrentamente,
Ó volúpias letais e dolorosas,
Essências de heliotropos e de rosas
De essência morna, tropical, dolente...
Carnes virgens e tépidas do Oriente
Do Sonho e das Estrelas fabulosas,
Carnes acerbas e maravilhosas,
Tentadoras do sol intensamente...
Passai, dilaceradas pelos zeros,
Através dos profundos pesadelos
Que me apunhalam de mortais horrores...
Passai, passai, desfeitas em tormentos,
Em lágrimas, em prantos, em lamentos,
Em ais, em luto, em convulsões, em cores...
Cruz e Sousa
“Ode” à mulher
Ela é uma filha para que possamos dar-lhe carinho, ternura, proteção e conselhos.
Personifica uma amante ao desfrutar dos prazeres, das carícias, abraços e beijos ardentes.
É como a mãe ao te aconchegar nos momentos mais duros e o lugar onde chorar nas tristezas.
Simboliza a amiga para compartilhar segredos, sonhos e planos.
A mulher é essa alma e corpo onde quero me abrigar e construir um ambiente de felicidade, amor, paz e harmonia.
Amo a mulher e suas múltiplas facetas.
Poderia o título ser: "homenagem à mulher", "tributo à mulher", "menagem à mulher", "laurel à mulher", mas seria muito pouco pela importância que ela tem.
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Resenha do Livro "Marx: Vida & Obra" de Leandro Konder
Primeiramente, apesar do título Resenha o escrito abaixo não segue exatamente o modelo de uma análise crítica ou similar.
Estão presentes na obra, mesmo que só por menção (em ordem cronológica): Homero, Shakespeare, Wyttenbach (professor), Eduardo Gans (professor), Bruno Bauer, Hegel, Spinoza, Kant, Leibniz, Aristóteles, Epicuro, Friedrich Köppen, Arnold Ruge, Pierre Joseph Proudhon, Rousseau, Montesquieu, Maquiavel, Feuerbach, Adam Smith, David Ricardo, James Mill, Friedrich Engels, Mikhail Bakunin, Egbert Bauer, Henri Chambre, Augusto Blanqui, Wilhem Wolff, Fernando Lassalle, Cervantes, Calderón, Ésquilo, Wilhelm Liebknetch, Dante, Balzac, Paul Lafargue, Otto Meissner, Giddy, Lecomte, Max Stirner, Augusto Bebel, Wilhelm Bracke, Laplace, Leibniz, Descartes, Plekhanov, Mehring, Vladimir Ilitch Ulianov, Georg Lukács, Antonio Gramsci, Heidegger, Jean-Paul Sartre, Jean Lacroix entre outros.
O livro é dotado de pequenas subdivisões que vão desde assuntos pessoais a questões sobre comunismo e capitalismo, passando por personalidades. Tudo debatido por Marx.
Marx viveu uma vida pobre, sempre à beira da miserabilidade, muito por conta de seus ideais. Várias tragédias se abateram sobre ele, por conta de sua conduta e por fatalidades, perdeu alguns filhos ainda muito novos. Um em especial, Edgar, apelidado Mush com nove de idade em 1955, um dos maiores abalos em sua vida.
Do alto de sua ignorância e limitada inteligência sua mãe Henriette Marx, dizia que ao invés de se preocupar em escrever sobre o capital, ele devia ter se dedicado a ganhá-lo. Lendo o livreto se compreende bem esta visão da Sra. Marx.
Ao ler a narrativa contida no livro, finalmente, pode-se até dizer que se sabe ao menos o que é o marxismo e como foi constituída a ideologia do revolucionário alemão. Ou seja, quando houver uma discussão sobre os pensamentos de Marx, o escrito decerto te dará uma visão mais ampla ao invés de ficar naquela mera noção. É essa sensação que se tem ao ler o volume.
Num método dinâmico e leve, diria muito leve em face da complexidade dos assuntos abordados, Konder traz muita informação condensada sobre o filósofo em pouco mais de 150 páginas. Os textos ora romanceados, ora explicativos conseguem prender o leitor diante de um tema considerado enfadonho. Apesar de ser um livro curto, existem muitas informações importantes para o reconhecimento do pensar do grande gênio Marx.
Que um dia eu me destine a ler O capital, obra máxima do cientista social e que então possa, depois dessa leitura, ter bases para entender muito mais sobre o que se passava na cabeça do grande pensador que até hoje, passados mais de um século de sua morte (14 de março de 1883) continua a ser amplamente discutido.
Ao final, o livro destaca as principais obras de Marx e relações para pesquisa.
Algumas referências: Introdução à crítica da filosofia do direito de Hegel; Manifesto comunista; As lutas de classe na França de 1848 a 1850; O 18 brumário de Luís Bonaparte; Introdução geral à crítica da economia política; Fundamentos da economia política; Contribuição à crítica da economia política; O capital; Teorias sobre a mais-valia; Trabalho assalariado; Salário, preço e lucro; Crítica ao programa de Gotha.
Veja também: Frases de Marx
O prato
- O que há contigo?
- Querida, não gostei desse prato.
- Meu amor, comprei-o porque me identifiquei muito com ele.
- Ele não tem nada a ver com você.
- Tem sim, me remete ao passado.
- Parece frágil.
- Não é, pode ir até ao forno, tem essa aparência, mas não o é.
- Então, que você o use, não me inspira confiança, parece que vai soltar um pedaço.
- Está com ciúmes de um prato?
- Claro que não.
- Tá bom, vou jogá-lo fora, o que mais me importa nessa vida é você.
- Eu te amo.
domingo, 3 de junho de 2007
Quando Eu
Quando eu não te tinha
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo.
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima ...
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor -
Tu não me tiraste a Natureza ...
Tu mudaste a Natureza ...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.
Fernando Pessoa (heterônimo: Alberto Caeiro)