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sexta-feira, 27 de abril de 2007

Sem endereço nem classe social definidos


Guernica - Pablo Picasso
Mais uma bala perdida. Sim, eu sei, qual a novidade nisso? Dessa vez, o “novo” fica por conta da classe social da vítima. Acostumados a ver / ler sobre incidentes de tiros a esmo que atingem os transeuntes – é incrível – mas, nem mais nos “emocionamos”. Mas, essa ocasião – de agora – deixa uma imagem diferente. Uma universitária, de boa aparência e também aparentemente de boa condição social e financeira é a nova vítima.

Trata-se da estudante e assistente de Publicidade, Juliana Pereira da Silva, 23 anos que passava com seu Celta na Estrada da Água Branca, em Realengo, por volta das 4h00min.

O cerco se fecha.

Assim como aconteceu com a AIDS que era só dos homossexuais libertinos e drogados, agora as balas perdidas não escolhem mais um “nicho de mercado”. Antes eram só os pobres, os miseráveis, os moradores das "comunidades" - de favela - e os desavisados que passavam por lugares ermos. Ou seja, eu, você e aquele seu amigo podemos ser os próximos! Quando o perigo está próximo nos sensibilizamos.

P.S.: sei que muito provavelmente não é a primeira vez que alguém da classe média, média-alta ou alta é atingida por esse tiros sem endereço, mas dessa vez o fato pareceu – para mim - estar mais perto.

Obs.: A figura é “Guernica” de Pablo Picasso. Sobre o bombardeio nazista de 26 de abril de 1937, ontem completou 70 anos. Algo me remete ao acontecido, pois vivemos num clima de terror.

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