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sábado, 12 de janeiro de 2008

Ao fim

O concreto o jogava ao mar
O espremia para sempre
As algas escorregavam
O forte era fraco agora

As ondas o batiam
De madeira se parecia
Nas cores do céu
Tremulava ao som do vento

Criava emoções, vivia
Sua história ali presente
Em suores e sangue
Trabalho e esforço

Seguia seu rumo
Parecia à deriva
O comando acima estava

Olhava para relva ao longe
As árvores lhe pareciam mais distantes
Chorava, pelos lados escorria

Fechava os olhos para sentir melhor
Só queria ser feliz
O que havia de mal nisso?

E seguia o barquinho
Lá no horizonte
Bonito e simpático
Como ele nem sabia

Da areia, alguém o amava muito
E o observava sempre no alvorecer do dia

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

O segundo suspiro

Criado, vivido, morto, fatigado

Na solidão, rondando a noite

Sem esperanças, ali acabado

Longe, a custas de açoite

 

Chegou o segundo Sol

Apagou as angústias, temor

Encobriu a tristeza bemol

De tons e sem sabor

 

Sem peles a tocar

E a quem suspirar

Perdido no quarto

Morto, da vida farto

 

De brisas a romaria

Felicidades nas fazendas

Primeiro de noite, rendas

A se estender ao dia

 

Finda a procura, Fê

Agraciado em colégio

Em galerias do CCBB

Eis o maior sortilégio