terça-feira, 28 de agosto de 2007
O Amor
Destino dos bem-aventurados.
É busca incessante do ser.
Desvelo com outro, desapego com seus problemas.
Dedicação descomedida.
Doação definitiva.
É sair pelas ruas perdido em devaneios.
Sonhar acordado.
Admiração infinita nos olhares.
Querer bem.
Desejar o desejo do outro.
Sentir calafrios.
Dores indecifráveis vindas do coração.
Alegrias instantâneas.
Felicidade sublime.
Vontades ardentes.
Abraços apertados.
Beijos sufocantes.
Mordidas.
Impaciência na espera.
Razões irracionais.
Impulsos.
Furor no sexo.
Frenesi nos encontros.
Tremedeiras nas pernas.
Gosto pelo gosto do beijo.
Delírios no colchão.
Excitação no toque.
Coesão com o universo.
Afeição.
Atração irrefutável.
É tudo.
Somos parte dele.
Somos ele.
Somos vida.
Fê - V
Em meu peito, borbulha sangue
Sangue que faz pulsar
um coração que tange
No limiar do clarão do dia
Acordo nela a pensar
Como bom seria
estar com ela a beijar
sábado, 25 de agosto de 2007
Fê - IV
Fui pego de surpresa,
Fera a estraçalhar braços e peito
Faiscantes olhos.
Fugi, tentei, voltei.
Feixe de forças espirituais.
Faceira criatura, a passear
Facetas mil, ora feroz, ora suave
Filou o corpo e o coração
Fascinado pela pele, penugem perfeita.
Fazer o quê?
Fina flor de encantos mil
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Rimas de ocasião
Já não tenho mais medo!
Realmente estou amando e muito.
Sei que na vida é esse o intuito.
Se sou poeta não sei.
Sei que tentei.
Mas, o gosto por poesia e pelas pessoas está em mim.
Em especial por uma, com bochechas em vivo carmim.
* A poesia de Álvares de Azevedo em questão:
"...Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida.
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
- Foi poeta - sonhou - e amou na vida."
sábado, 11 de agosto de 2007
Natureza e cores
A gaivota paira no céu por segundos.
Pára e olha.
Abaixo o chão se descortina.
Percebe-o pela alameda e desliza.
Sombras das árvores brincam de desenhos na nava de terra batida.
Breve romântico.
Tenras gramíneas esverdeiam a planície.
Toque especial à paisagem.
É a passarela.
O azul marinho do horizonte vai se esmaecendo no contato sublime com o céu.
Riscos de nuvens cortam a abóbada celeste.
Montanhas ao longe delineiam o alcance das vistas.
Olhos verdes os percebem.
Eis a musa inspiradora.
E nos raios de Sol se mostram mais claros.
O quase musgo ganha tons amarelados.
Uma gata, felina.
Forte, apaixonada, de intensa alegria.
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Beleza
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
O barquinho
O barquinho branco raiado de cima a baixo de verde estava encostado num canto do porto. Triste e manchado pelo óleo da baía não mais se sentia vivo.
Tempos remotos dos pescadores alegres que saiam a pescar. Traziam às vezes muitos peixes outras vezes nem tanto, mas ele vivia relativamente feliz. Tinha uma vida como qualquer outra embarcação pesqueira, com alguns momentos bons e outros não. Mas, a esta altura da vida, com mais de trinta anos de existência, não esperava mais nada em sua jornada. Contudo, ainda não havia se conformado com a situação que atualmente se encontrava.
Num dia de mar mais bravio suas amarras se soltaram e foi aparecer num outro país. Lá encontrou um belo marinheiro do qual não se lembrava, no entanto ele sim. Nunca dantes tiveram navegado juntos, mas a troca de olhares entre os dois naquele momento trouxe um clima especial. Puseram-se então a deslizar por mares revoltos. E aos poucos foram construindo uma relação de confiança. Suas pescas agora eram fartas e lhes proporcionavam largos sorrisos. Uma nova vida se aprumou para o barquinho.
domingo, 5 de agosto de 2007
Fê III – ontem e hoje
Pele alva, algumas pequenas sardas e um cabelo longo e liso.
Sonhava em afagar-lhe o rosto, colocá-la sua cabecinha no colo e deixar deslizar suas brilhosas madeixas pelas minhas pernas nuas.
Com as mãos fazer-lhe um cafuné por detrás do pescoço e ver por entre os dedos os fios castanhos.
Seu olhar às vezes triste me deixava impaciente por querê-la sempre sorrindo. Com o tempo, o sorriso se tornou marca registrada dela, mesmo com o que a vida lhe levou.
Hoje, na certeza de poder tê-la próxima sei o quanto posso lhe transmitir carinho e conforto.
Adoro-a e quero ter com ela momentos de profunda felicidade, como os que já tenho tido.
Quanta saudade ela me dá quando longe está!